O Expresso da Meia-Noite (1978): sobre escolhas erradas e suas consequências - Dicas de Filmes Pela Scheila

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sexta-feira, julho 31, 2020

O Expresso da Meia-Noite (1978): sobre escolhas erradas e suas consequências

O Expresso da Meia-Noite é um drama biográfico dirigido por Alan Parker, de A Vida de David Gale (2003), As Cinzas de Ângela (1999), Mississipi em Chamas (1988), Coração Satânico (1987). O roteiro escrito por Oliver Stone é baseado em uma história verídica que ocorreu em 1970.

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Brad Davis em cena no filme "O Expresso da Meia-Noite"

Sinopse - A trama se passa no início dos anos 70. Em Istambul, Billy Hayes (Brad Davis), um estudante americano, é preso pela polícia turca tenta deixar o país, com sua namorada Susan (Irene Miracle), carregando com ele alguns pacotes de haxixe presos debaixo de suas roupas.

Depois de preso, Billy é levado para uma penitenciária onde imperam a violência, o suborno e a insanidade. Logo ele faz amizade com o inglês Max (John Hurt), o americano Jimmy Booth (Randy Quaid) e o sueco Erich (Norbert Weisser).

O advogado Yesil (Franco Diogene) diz a Billy que seu caso é fácil de resolver, no entanto, ao ser levado a julgamento, este é sentenciado com uma pena de 4 anos de reclusão. Quando faltam somente 53 dias para ser libertado, o Cônsul americano informa que a Alta Corte em Ankara rejeitou sua sentença, decidindo por um novo julgamento. Billy vê sua pena passar de 4 para 30 anos de reclusão.

A partir do momento que Billy volta à prisão, sua vida se torna um verdadeiro inferno e só existe duas possibilidades de sair dali: morte ou através do Expresso da Meia-Noite - termo usado para fuga. Juntamente com seus companheiros de cela, Billy planeja a fuga. Porém, o plano é descoberto por Rifki (Paolo Bonacelli), um detento informante que leva os O Expresso da Meia-Noite planos até Hamidou (Paul L. Smith), o guarda-chefe da prisão.

Após alguns acontecimentos, Billy é transferido para a ala dos doentes mentais. Rodeado de detentos insanos, Hayes termina perdendo o contato com a realidade. Porém, algo inacreditável acontece...

Drama deprimente e perturbador

O Expresso da Meia-Noite possui uma linha tênue entre sobrevivência e loucura. O roteiro bem estruturado traz uma crítica pesada ao sistema prisional turco. A violência é enfatizada na obra, mas em momento algum é apelativa. As atuações são marcantes e a trilha sonora é daquelas que arrepia. A música, de Giorgio Moroder, ganhou enorme repercussão, tornando-se um dos ícones do filme.

Foi pioneiro ao abordar com clareza sobre a questão das drogas e dar um alerta para os jovens. No entanto, o thriller foi acusado de ser anti-turco, racista, brutal, além de transformar um delinquente como herói. Não foi bem aceito na Turquia, sendo banido e assim permaneceu até 1992. 

É um filme que divide opiniões e desperta um mix de sentimentos. Sentimos empatia e antipatia pelo protagonista, vamos ao "inferno" literalmente com ele, sofremos e torcemos por ele, mesmo sabendo que é culpado e tem a obrigação de cumprir a pena imposta pelo delito cometido.

Acompanhamos a jornada de Billy, um prisioneiro que teve a oportunidade de analisar suas ações erradas durante o período de cárcere e, que apesar de todas as torturas que sofreu, jamais deixou de sonhar com a liberdade. O Expresso da Meia-Noite  é um grande filme que merece ser redescoberto.

Ficha técnica

Título original: Midnight Express
Duração: 121 minutos
Gênero: Biografia, Drama, Suspense, Policial, Clássico
Classificação indicativa: 18 anos
País de origem: Reino Unido, Estados Unidos da América
Ano de lançamento: 1978