terça-feira, maio 23, 2023
Nós (2019): um conto de doppelgänger
Nós é um ótimo thriller de terror escrito e dirigido por Jordan Peele, de Não! Não Olhe! (2022) e Corra! (2017).
Lupita Nyong’o em cena no filme "Nós" |
Sinopse - A trama acompanha Adelaide (Lupita Nyong’o), uma jovem mulher atormentada por lembranças assustadoras de sua infância. Ela viaja de férias com o marido Gabe (Winston Duke) e seus filhos, Zora (Shahadi Wright Joseph) e Jason (Evan Alex), para a região praiana de Santa Cruz.
Nesse local anos antes, ela por curiosidade, entra numa casa de diversões que havia em um parque itinerante, lá, Adelaide (Madison Curry), se depara com um doppelgänger (duplo) de si mesma enquanto caminha por um corredor de espelhos.
Nos dias atuais, de volta a antiga casa da família, Adelaide acredita que poderá superar as recordações, no entanto, sua família é surpreendida por quatro pessoas usando trajes vermelhos. Inicialmente, eles pensam em se tratar de um assalto, mas ao confrontarem os intrusos, eles descobrem que aquelas pessoas não são assaltantes e sim "duplos".
A partir daí o pior pesadelo de Adelaide se torna realidade. O duplo Red (Lupita Nyong’o) é a líder dos doppelgängers, ela também é a única com o poder de falar. Enquanto confronta Adelaide, Red conta a história de uma garotinha feliz, enquanto ela é apenas a sombra no mundo da escuridão.
A família é separada e cada integrante é perseguido por seus duplos. Adelaide, Gabe, Zora e Jason vão precisar de muita astúcia para conseguir salvar suas vidas.
O conceito de doppelgänger é antigo, surgiu na Alemanha há pelo menos dois séculos e afirma que todos temos uma cópia de si mesmo andando por aí. Segundo teorias de conspiração, os duplos tem a capacidade de copiar nossas habilidades, mas não o caráter, porque eles são perversos por natureza. Resumindo, os doppelgängers são nossas nossas cópias animalescas, sem alma, sem valores, sem amor. Se existem? Espero que não.
Nós é daqueles filmes que é impossível haver meio termo, você ama ou odeia. Recheado de metáforas e alegorias, o roteiro não busca apresentar soluções exatas, mas criar um leque de interpretações. O horror está mais na sugestão que na violência gráfica, há cenas fortes, mas nada extremo. Neste filme a perturbação surge justamente naquilo que não vemos. Não há sustos, nem sangue jorrando para todos os lados, mas conforme os atos mudam, a tensão aumenta e os arrepios se intensificam.
É um ótimo filme que usa em sua alegoria principal a luta de classes. A crítica social é o mote do filme, nossa sociedade capitalista, consumista, dominadora e fútil que joga nas sombras aqueles que não se encaixam no perfil estipulado, quando essa gente superficial confronta a si própria sem máscaras nem maquiagens, se assusta. Por fim, Nós é um terror que rende diversas interpretações e boas reflexões.
Nesse local anos antes, ela por curiosidade, entra numa casa de diversões que havia em um parque itinerante, lá, Adelaide (Madison Curry), se depara com um doppelgänger (duplo) de si mesma enquanto caminha por um corredor de espelhos.
Nos dias atuais, de volta a antiga casa da família, Adelaide acredita que poderá superar as recordações, no entanto, sua família é surpreendida por quatro pessoas usando trajes vermelhos. Inicialmente, eles pensam em se tratar de um assalto, mas ao confrontarem os intrusos, eles descobrem que aquelas pessoas não são assaltantes e sim "duplos".
A partir daí o pior pesadelo de Adelaide se torna realidade. O duplo Red (Lupita Nyong’o) é a líder dos doppelgängers, ela também é a única com o poder de falar. Enquanto confronta Adelaide, Red conta a história de uma garotinha feliz, enquanto ela é apenas a sombra no mundo da escuridão.
A família é separada e cada integrante é perseguido por seus duplos. Adelaide, Gabe, Zora e Jason vão precisar de muita astúcia para conseguir salvar suas vidas.
Conceito interessante
Nós é um filme incômodo do início ao fim. No primeiro ato há um perigo eminente que nos deixa apreensivos e inquietos, não sabemos o que é, mas temos certeza que existe. Conforme a trama avança, as informações vão aparecendo e nos deixando cientes do que se trata. Os duplos existem e anseiam por vingança, pelo menos no filme. Antes de assistir já tinha boas expectativas, mesmo assim fui surpreendida. Quanto ao plot twist, eu tinha uma leve suspeita no início do filme, mas com o desenrolar da trama descartei a ideia, e não é que estava certa.O conceito de doppelgänger é antigo, surgiu na Alemanha há pelo menos dois séculos e afirma que todos temos uma cópia de si mesmo andando por aí. Segundo teorias de conspiração, os duplos tem a capacidade de copiar nossas habilidades, mas não o caráter, porque eles são perversos por natureza. Resumindo, os doppelgängers são nossas nossas cópias animalescas, sem alma, sem valores, sem amor. Se existem? Espero que não.
Nós é daqueles filmes que é impossível haver meio termo, você ama ou odeia. Recheado de metáforas e alegorias, o roteiro não busca apresentar soluções exatas, mas criar um leque de interpretações. O horror está mais na sugestão que na violência gráfica, há cenas fortes, mas nada extremo. Neste filme a perturbação surge justamente naquilo que não vemos. Não há sustos, nem sangue jorrando para todos os lados, mas conforme os atos mudam, a tensão aumenta e os arrepios se intensificam.
É um ótimo filme que usa em sua alegoria principal a luta de classes. A crítica social é o mote do filme, nossa sociedade capitalista, consumista, dominadora e fútil que joga nas sombras aqueles que não se encaixam no perfil estipulado, quando essa gente superficial confronta a si própria sem máscaras nem maquiagens, se assusta. Por fim, Nós é um terror que rende diversas interpretações e boas reflexões.
Ficha técnica
Título original: UsDuração: 116 minutos
Gênero: Terror, Suspense, Mistério
Classificação indicativa: 16 anos
Pais de origem: Estados Unidos da América
Ano de lançamento: 2019