A Bruxa (2015): um conto sombrio sobre fanatismo - Dicas de Filmes Pela Scheila

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segunda-feira, outubro 31, 2022

A Bruxa (2015): um conto sombrio sobre fanatismo

A Bruxa é um filme de terror que marca a estreia de Robert Eggers como diretor. A sensação de que algo ruim paira no ar toma conta do espectador desde os primeiros minutos e persiste até o desfecho aterrorizador. 

A Bruxa
Anya Taylor-Joy em cena no filme " A Bruxa"

Sinopse - Na primeira cena assistimos uma família em um tribunal sendo condenada por blasfêmia. Essa família se desliga da comunidade a qual pertencia e passa a residir ao lado de uma floresta onde cultivam o que consomem.

O ano é 1630, Nova Inglaterra. William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie) levam uma fervorosa vida cristã juntamente com seus filhos, Thomasin (Anya Taylor-Joy), Caleb (Harvey Scrimshaw) e os gêmeos fraternos Mercy (Ellie Grainger) e Jonas (Lucas Dawson), morando á beira de uma floresta misteriosa.

Vários meses depois, eles conseguem construir uma casa e Katherine dá à luz ao seu quinto filho, Samuel. Certo dia, enquanto Thomasin está brincando com o bebê, ele desaparece misteriosamente. Supostamente, Samuel foi raptado por uma bruxa que vive na floresta, ela usa o bebê para concretizar um ritual (cenas fortes).

A família fica devastada devido o desaparecimento do bebê, Katherine não se conforma e só chora. Caleb confronta seu pai sobre os ensinamentos religiosos e os gêmeos passam os dias brincando com um bode gigante, a quem chamam de Black Phillip. E Thomasin descobre que seus pais querem enviá-la para trabalhar em outro lar. Thomasin fica desesperada, e com ajuda de Caleb, fazem uma viagem de caça dentro da floresta. A partir daí começa o terrível drama desta família. 

Um conto de terror atmosférico sobre fanatismo e paranoia coletiva

A Bruxa é um filme que instiga a nossa imaginação, e é aí que mora o perigo, ou melhor, a perturbação. Esse artifício foi muito bem trabalhado pelo diretor, é difícil assistir sem sair com o psicológico abalado. O filme assombra e adentra dentro dos nossos medos mais secretos. Afinal, quem nunca ouviu pelo menos uma história de bruxas. Não me refiro as bruxas de contos de fada, mas as feiticeiras que viviam em função das práticas de magia negra.

Boa parte da tensão deste filme está na sua ambientação, a fotografia turva causa assombro. Cenas de horror se misturam ao mistério que ronda aquela família. A simbologia impregnada em cada sequência é de causar calafrios até no espectador mais forte.

A Bruxa não é um filme apenas para ver, vai além disso, é preciso sentir cada cena, adentrar nos seus mistérios. Você não levará sustos, mas sentirá muito medo. A trilha sonora (ou a falta dela) é algo fantástico, tão perturbador quanto a história. O elenco é excelente, destaque para os elenco jovem, que interpretou perfeitamente.

Sufocante, intrigante e incômodo, é assim que defino esta obra diferente de tudo que já vi. No entanto, A Bruxa é para pessoas que esperam por sustos e gritos porque aqui não há, o que vemos é algo terrivelmente perturbador, que te deixará inquieto, calado e com o corpo todo dolorido devido a tensão provocada durante os 92 minutos. O filme consegue adentrar no nosso inconsciente e é capaz de provocar pesadelos.

Ficha  técnica

Título original: The Witch
Duração: 92 minutos
Gênero: Terror, Mistério, Suspense, Fantasia, Drama
Classificação indicativa: 16 anos
País de origem: Estados Unidos da América, Canadá
Ano de lançamento: 2015