Quando tenta sair do carro, Ciro descobre que o veículo está travado. Assustado, ele tenta quebrar os vidros, sem resultado. Então tenta arrancar os painéis da porta, mas acaba cortando o braço. Ciro então vê uma arma, ao atirar no para-brisa a bala ricocheteia e o atinge. 

Ferido, sem bateria no celular e sem água, Ciro entra em desespero. Quando o dia amanhece, ele recebe uma ligação pelo aparelho de som, do outro lado da linha está Enrique (Dady Brieva), médico obstetra e proprietário do automóvel. Ele informa o ladrão dizendo que é impossível sair de dentro do carro sem sua permissão. Começa então um jogo psicológico intenso de gato e rato que levará os dois homens até as últimas consequências.

4x4 parece, à primeira vista, um filme desinteressante por se passar praticamente todo dentro de um carro. Mas quem der uma chance ao filme verá que é uma montanha-russa de emoções e sensações. O enredo traz uma discussão relevante sobre o cenário atual de nossa sociedade, onde às vezes sentimos vontade de colocar em pratica a lei de talião porque o sistema de justiça muitas vezes parece estar do lado do bandido.

O roteiro é bem escrito e trabalhado, não deixando pontas soltas. O desenvolvimento do conflito até sua resolução chocante foi bem ousado, sendo bastante tenso.  As atuações são ótimas, Peter Lanzani e Dady Brieva estão brilhantes em seus papéis e entregam performances incríveis. 

4x4 é um filme espetacular que entrou para minha lista particular dos melhores filmes argentinos de todos os tempos. Mas reconheço que não é o tipo de filme que agrada todos os públicos.