Sinopse - A história se passa em uma Teerã nos meados dos anos 50. Lá vive Nasser Ali Khan (Mathieu Amalric), um famoso violinista iraniano que entra em uma depressão profunda depois que seu violino é destruído. Incapaz de encontrar um instrumento que possa substituir o antigo, ele passa a alimentar um forte desejo de morrer.

Depois de considerar diferentes métodos para acabar com sua própria vida, ele decide ir para a cama e esperar a morte. Enquanto aguarda ansiosamente pela morte, Nasser mergulha em profundos devaneios, alguns melancólicos, outros alegres. São oito dias de profundas reflexões sobre sua vida, arte e um grande amor.

Através de flashbacks, conhecemos a vida vazia que Nasser levava. Vivendo com a professora Faringuisse (Maria de Medeiros) em um casamento sem amor, imposto por sua mãe, Parvine (Isabela Rosellini). O único prazer que Nasser tem na vida é tocar seu violino, mas durante uma calorosa discussão com a esposa, seu precioso instrumento acaba quebrado.

Nasser revive em suas memórias o breve encontro com Irâne (Golshifteh Farahani), seu grande amor. E, à medida que se aproxima seus últimos momentos de vida, percebemos o verdadeiro motivo de sua decisão e a profundidade dessa escolha.

Alguns dos mais belos filmes que assisti são melancólicos e contemplativos, Frango Com Ameixas se enquadra perfeitamente nessa categoria. A história é docemente amarga. Fala sobre o vazio existencial de uma vida não vivida. Fico imaginando quantas pessoas sentem na pele as mesmas angustias que o protagonista dessa história. Apenas sobrevivendo, caminhando com as sombras da solidão em uma existência cinzenta. 

O filme é um primor cinematográfico, com diálogos requintados e cenários que remetem a contos de fadas. O enredo é repleto de detalhes e sutilezas que vão dando ênfase ao aflorado romance nunca concretizado. Enquanto assistia um pensamento ficou pairando na minha mente: que a intromissão na vida alheia, por mais bem intencionada que seja, é capaz de destruir vidas. 

Frango Com Ameixas é um filme de arte para os amantes da sétima arte. Uma obra sublime, edílica, reflexiva e melancólica. A direção segura da dupla Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, que também dirigiram o maravilhoso Persépolis (2007) e a excelente performance do elenco não deixa dúvida de estarmos diante de um grande filme. Altamente recomendável.