"The Other" é um filme de terror psicológico lançado em 1972. Foi dirigido por Robert Mulligan, a partir do roteiro escrito por Tom Tryon. Assisti esse filme sem esperar nada e me surpreendi.

A trama se passa no verão de 1935. Conhecemos Holland (Martin Udvarnoky) e Niles Perry (Chris Udvarnoky), gêmeos idênticos que moram numa propriedade rural. O pai dos gêmeos faleceu em um acidente na adega e a mãe deles, Alexandra (Diana Muldaur), vive em profunda melancolia desde então. Quem toma conta da propriedade é George (Lou Frizzell), irmão do falecido, e sua esposa Winnie (Loretta Leversee), junto com o filho do casal, Russell (Clarence Crow). 

Na propriedade vizinha reside a irmã mais velha dos gêmeos, Torrie (Jenny Sullivan), que está grávida e seu marido Rider (John Ritter), e a avó Ada (Uta Hagen), uma emigrante russa que tem uma relação bastante próxima com o neto Niles. Ada ensinou Niles a projetar sua mente nos corpos de outras criaturas vivas, uma habilidade peculiar na família Perry; eles se referem a isso como "o grande jogo".

Embora a adega esteja fechada desde a morte do pai, os gêmeos costumam brincar no local. Certo dia, Russell vê Niles no local e descobre que o garoto está usando um anel da família e ameça contar aos outros membros da família, já que o anel deveria ter sido enterrado com o pai.

Mais tarde, Holland diz a Niles que a tradição da família é passar o anel de pai para filho, assim sendo, ele é dono do anel por direito e pode fazer o que ele quiser com ele, incluindo dar para o irmão. Holland se vinga de Russell deixando Niles horrorizado. Holland também se vinga da vizinha Rowe (Portia Nelson), que vem a ter um ataque cardíaco.

Durante uma discussão com Niles, Alexandra sofre uma queda da escada que a deixa paralisada. Ao encontrar o corpo da vizinha, Ada também encontra a gaita de Holland. Espantada, ela interroga Niles saber o que aconteceu, o garoto então admite que o irmão tem feito "coisas ruins" com as pessoas, mas eis que Ada faz uma revelação surpreendente...

Para os padrões atuais, "A Inocente Face do Terror" é considerado um filme lento, mas não deixa de ser um filme interessantíssimo, ou melhor, horripilante. A tensão psicológica é crescente e a atmosfera bucólica logo cede lugar à soturna. Confesso que fiquei bastante chocada com a reviravolta, imaginei qual seria o desfecho, porém não queria aceitar, e foi exatamente o que aconteceu. 

Definiria "A Inocente Face do Terror" como um filme de horror poético, tão bonito quanto macabro. Quem gosta de filmes de terror à moda antiga, certamente irá apreciar essa obra esquecida no tempo.

Categorias: Terror, Suspense, Mistério, Drama

Classificação: 14 anos