"Rebecca" é um dos maiores clássicos de Alfred Hitchcock. O interessante dos filmes de Hitchcock é acompanhar a desenvoltura e articulações das histórias, com voltas e reviravoltas esplendorosas. Lançado em 1940, o roteiro de Robert E. Sherwood foi baseado no romance homônimo escrito por Daphne Du Maurier, publicado em 1938. 

O filme ganhou o Oscar nas categorias de Melhor Filme e Melhor Fotografia em Preto-e-branco, também recebeu indicações como Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Roteiro, Melhor Direção de Arte - Preto-e-branco, Melhores Efeitos Especiais, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora.  

A história inicia com a seguinte narração: "A noite passada sonhei que voltava à Manderley novamente." Manderley é uma bela casa de campo que encontrava-se em ruínas.

Logo conhecemos uma jovem (Joan Fontaine), que trabalha como dama-de-companhia para Edythe Van Hopper (Florence Bates). Essa jovem (que não tem o nome revelado no filme) conhece o aristocrata viúvo Maximilian de Winter (Laurence Olivier) e ambos se apaixonam profundamente. Eles se casam dentro de poucas semanas.

Maxim decide levar sua nova esposa para morar na mansão Manderley em Cornawall, na Inglaterra. A jovem é uma moça muito simples e não estava habituada com a sofisticação da sua nova vida, ela sente-se como uma estranha dentro da mansão.

Para piorar a situação, a governanta Sra. Danvers (Judith Anderson), não aceita a jovem como nova dona da casa, e faz questão de comentar sobre a beleza e sofisticação de Rebecca, a primeira esposa de Maxim.

Certo dia, Maxim estava ausente e Jack Favell (George Sanders), primo de Rebecca, aparece de surpresa, deixando a jovem esposa ainda mais assustada. A moça sente o peso de ser a nova castelã de Manderley e as insinuações da governanta fazem com que ela comece a duvidar do seu relacionamento com Maxim.

Em todos os lugares que vai, sente-se vigiada pela presença insubstituível de Rebecca. Isso acaba se tornando uma enorme tortura psicológica para ela.

Quando tudo parecia perdido, eis que surge uma reviravolta surpreendente. Nesse momento a jovem descobre vários segredos sobre o passado de Rebecca. Diante de tantos fatos novos, a jovem percebe que Rebecca nunca foi a mulher perfeita que todos afirmavam.

"Rebecca, a Mulher Inesquecível" nos apresenta a verdadeira arte do cinema em seu estado bruto, e somente Hitchcock para lapidar com tamanha maestria essa história simplista que toma formas grandiosas conforme o seu desenrolar. O suspense é intenso e o mistério só cresce a cada nova cena. 

O filme passa a impressão de estarmos lendo um livro, a presença de Rebecca está o tempo todo na trama mesmo não aparecendo em nenhuma cena. Sua presença é apenas simbólica. Isso atiça a imaginação e faz com que demos vida a ela em nossos pensamentos.

"Rebecca, a Mulher Inesquecível" é um dos mais belos e elegantes trabalhos realizados por Hitchcock, uma verdadeira obra-prima que merece todo o nosso respeito e admiração. É um filme impecável que recomendo sem ressalva.

TENSO; MARCANTE; SOFISTICADO; SURPREENDENTE

Duração: 130 minutos