Desde que foi lançado, "Dunkirk" se tornou um dos filmes mais comentados, recebendo inúmeros elogios, mas também há aqueles que desprezam a obra como se fosse um "filminho qualquer", algo que está bem longe de ser, afinal, esse é um dos mais impressionantes filmes de guerra que já tive o privilégio de assistir. E, por ser sensorial, adentrei na história, vi(vi) por 1h 46min toda a tensão e incertezas que os soldados sentiram nos dias que se sucederam a Operação Dínimo, durante a Segunda Guerra Mundial.

Escrito e dirigido pelo cineasta Christopher Nolan, o filme ganhou o Oscar nas categorias de Melhor Edição, Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som, também concorreu como Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Direção de Fotografia, Melhor Trilha Sonora e Melhor Designer de Produção. Teve indicações ao BAFTA como Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Designer de Produção, Melhor Som e Melhores Efeitos Visuais.

A história se passa durante a Operação Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunquerque, quando quase quatrocentos mil soldados aliados ficaram cercados por tropas alemãs nas praias de Dunquerque na França, no início da Segunda Guerra Mundial.

A cronologia do filme é diferente do habitual. A história acompanha três momentos distintos: Uma hora de confronto no céu, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo. Um dia inteiro em alto mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) leva seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país. Uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar daquele inferno a todo custo.

Os líderes do exército inglês calculavam que apenas 25% da FEB conseguiria escapar do cerco, porém a operação conseguiu tirar a salvo de Dunquerque mais de 330 mil homens das forças da França, do Reino Unido, da Bélgica e da Holanda.

"Dunkirk" apresenta um realismo espantoso, me senti encurralada naquela praia, o som da maresia, os tiros das balas e canhões, o ruído dos aviões, cada som é desesperador. Não me incomodei em não saber nomes dos soldados, o importante era saber que cada personagem representou uma vida que existiu.
Cada tentativa de resgate dos soldados aumentava minha apreensão e, contrariando aqueles que dizem que o filme é "frio", eu me emocionei em diversos momentos. Uma das maiores queixas em relação a "Dunkirk" diz respeito a construção dos personagens. Volto a mencionar que não precisei saber nomes ou atos heroicos para sentir empatia por eles. 

O anonimato dos personagens dá espaço para mostrar a luta pela sobrevivência. Acompanhamos, bem de perto, o desespero daquelas pessoas tentando sair com vida daquela praia. O medo da morte, ou pior, o medo de ser capturado pelos inimigos é aterrorizante, e contagiante, sentimos todo o horror que eles passaram. O filme deixa claro que na guerra não importa quantos estão ao seu lado, você sempre estará sozinho.