Sinopse - Curioso e provocativo, o filme acompanha Christian (Dominic West), pai divorciado com dois filhos e curador de um Museu de arte moderna em Estocolmo. Christian está preparando uma grande exposição com objetivo é sensibilizar o público sobre a importância de sermos solidários e olharmos o outro, e para isso, ele lida pessoalmente com a promoção do evento.

Entretanto, sua conduta sempre intacta, é alterada quando ele é vítima de um golpe em que perde alguns bens materiais. A partir desse evento, sua postura gradualmente é afetada, tornando-se mesquinho e agindo de maneira totalmente contrária à pregada em torno de sua exposição.

The Square - A Arte da Discórdia não foi feito para agradar todos os públicos. Provocativo e emblemático, o filme mostra toda a hipocrisia do dia a dia, onde vivemos cercados por ideologias que desejam controlar tudo que fazemos e até a forma como pensamos.

O diretor sueco Ruben Östlund utiliza o paradigma rousseauniano, segundo o qual o homem sempre nasce bom e é corrompido pela sociedade para construir seu filme. O protagonista da história é um exemplo de conduta, até ser vítima de um golpe, a partir daí sua conduta se torna censurável. O interessante é que o próprio personagem avalia suas atitudes reconhecendo agir na contramão de seus princípios.

Sempre ao som de Ave Maria, na versão de Bobby McFerrin e Yo-Yo Ma (particularmente adorei a trilha sonora) acompanhamos o retrocesso do ser humano. A deterioração do protagonista simboliza a deterioração da nossa sociedade.

The Square - A Arte da Discórdia é uma tragicomédia interessante sobre o limite do que é admirável e do que é repulsivo dentro da arte. Mas vai além da arte, mexe com a "podridão interna" de cada um e mostra que o único caminho é trabalhar assiduamente para não afundar em um lamaçal de retrocessos.

Ficha técnica

Título original: The Square
Duração:122 minutos
Gênero: Comédia, Drama
Classificação indicativa: 14 anos

País de origem: Suécia, Dinamarca, Alemanha, França

Ano de lançamento: 2017