A Morta-Viva (1943): quando o terror é poético - Dicas de Filmes Pela Scheila

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terça-feira, agosto 23, 2016

A Morta-Viva (1943): quando o terror é poético

Bem antes de George Romero produzir o clássico A Noite dos Mortos Vivos, já havia filmes de zumbis no cinema e o clássico A Morta-Viva é a prova disso, mas neste filme, os mortos-vivos não saem de suas covas por causa da radiação, mas através de rituais de vodu. Foi dirigido por Jacques Tourneur, mesmo diretor do clássico Sangue de Pantera (1942). O roteiro foi escrito por Curt SiodmakArdel Wray e Inez Wallace

A Morta-Viva
Frances Dee e Christine Gordon em cena no filme "A Morta-Viva"

Sinopse - O filme começa com uma narração em off: "Eu caminhei com um zumbi…". Em seguida, mostra enfermeira canadense Betsy Connell (Frances Dee) sendo contratada pelo fazendeiro Paul Holland (Tom Conway) para cuidar de sua catatônica esposa.

Betsy vai morar na ilha e começa a entender a rotina disfuncional que envolve a família Holland, desde o amargo e desiludido Paul, passando por seu irmão alcoólatra Wesley Rand (James Ellison) e a dominadora matriarca Sra. Rand (Edith Barrett), 

E ao entrar em contato com os empregados da fazenda, a enfermeira começa a ter pistas do motivo da catatonia de Jessica (Christine Gordon), esposa de Paul. Betsy descobre que Jessica e Wesley estavam apaixonado, sendo que a mesma adoeceu pouco antes de ambos tentarem fugir juntos.

Enquanto o médico da família aposta na teoria de uma rara febre tropical, os nativos insistem na ideia de vodu e que ela foi transformada em um zumbi. Obcecada com a ideia de curar Jessica, a enfermeira decide levá-la para o curandeiro local.

No caminho até o local da reunião dos nativos, Betsy se depara com a assustadora figura de Carrefour (Darby Jones), o zumbi local de olhos arregalados e expressão sinistra. Além do mais, a enfermeira terá muitas surpresas com as revelações envolvendo os próprios Holland/Rand.

Um clássico atemporal

A Morta-Viva é um filme de terror poético, perfeito para quem procura o terror à moda antiga, onde tudo é sugerido mas nada revelado. É um filme de zumbis bem diferente do que estamos acostumados a ver, visualmente é lindo, a fotografia em preto e brando cria momentos mágicos, outros assustadores, a trilha sonora (ou falta dela) deixa o clima ainda mais tenso. 

Merece destaque a cena do canavial, com momentos surreais que nos remete há um sinistro conto de fadas ou um belo pesadelo. Ainda tem o zumbi, aqueles olhos esbugalhados causaram em mim um misto de medo, pavor e curiosidade. Sem dúvida, é uma das figuras mais marcantes do cinema de horror. 

A Morta-Viva é um clássico de fundamental importância para o gênero do horror/terror, que merece ser apreciado por todos os fãs do gênero.

Ficha técnica

Título original: I Walked With a Zombie
Duração: 69 minutos
Gênero: Terror, Fantasia, Clássico
Classificação indicativa: 12 anos
País de origem: Estados Unidos da América
Ano de lançamento: 1943