A Ilha das Almas Selvagens (1932): um conto aterrorizante - Dicas de Filmes Pela Scheila

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segunda-feira, julho 31, 2023

A Ilha das Almas Selvagens (1932): um conto aterrorizante

A Ilha das Almas Selvagens é um filme de terror dirigido por Earl C. Kenton, de A Casa de Drácula (1945) e A Casa de Frankenstein (1944). O roteiro foi escrito por Waldemar Young e Philip Wylie e é a primeira adaptação para o cinema do famoso livro de H.G. Wells, A Ilha do Dr. Moreau, publicado em 1896.

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Kathleen Burke, Richard Areln e Tetsu Komai em cena no filme "A Ilha das Almas Selvagens"

Sinopse - Edward Parker (Richard Areln) vê seu navio naufragar e é socorrido pela tripulação de um cargueiro que levava animais a uma distante ilha no Pacífico Sul. A bordo do navio está o Dr. Moreau (Charles Laughton), que se encontra escondido da civilização e realiza experimentos sobre a evolução das espécies.

Parker também conhece o Sr. Montgomery (Arthur Hohl), estagiário de Moreau. E após envolver-se em uma confusão com o capitão alcoólatra do navio, que destratou um dos ajudantes de Montgomery, Parker é largado a sua própria sorte na ilha, permanecendo como hóspede forçado de Moreau. Na ilha, Parker conhece a principal criação do cientista que quer brincar de Deus: Lota, a Mulher Pantera (Kathleen Burke).

Diferente das demais criaturas, Lota, a única mulher em toda a ilha, é o mais próximo que o doutor conseguiu chegar de um ser humano. A intenção de Moreau é que ela e Parker tenham um envolvimento amoroso, e assim, procriar uma nova raça. Seus planos quase dão certo, não fosse por Ruth Thomas (Leila Hyams), noiva de Parker, que aparece na ilha para resgatá-lo.

Moreau é um homem cruel e presunçoso que não mede esforços para conseguir seu objetivo. Algumas das suas criações são usadas como serviçais, é o caso de M’Ling (Tetsu Komai). O restante vive em grupos no meio da floresta tropical, vivendo sob um conjunto de regras criadas pelo autoritário cientista para tentar socializar as criaturas. Entre as principais leis, estão: "não andar de quatro", "não comer carne" e "não matar", para dar uma noção de civilização e para que as feras não deixem se levar por seus instintos.

O responsável por ditar essas leis é o Mestre da Lei, Sayer (Bela Lugosi), com um rosto todo peludo, que recita as leis de Moreau em voz alta e pergunta o que eles são, senão homens. Quem desobedecer uma dessas leis, será levado para a Casa da Dor, o laboratório de Moreau, onde será torturado e sofrerá dores indescritíveis, na tentativa de continuar retardando o processo de regressão à forma animal, mas em determinado momento algo sai do controle.

Clássico absoluto do horror

A Ilha das Almas Selvagens é um filme raro e com um conteúdo muito interessante. Foi censurado na Inglaterra e em partes dos EUA até o início da década de 50 por levantar temas polêmicos em plena década de 30, como bestialismo, miscigenação, ética científica e colonialismo. Também foi um fracasso de bilheteria na época do lançamento, com o passar dos anos ganhou reconhecimento e atualmente é um grande exemplar do cinema de horror.

Embora seja um filme pouco conhecido do grande público, A Ilha das Almas Selvagens merece atenção dos fãs de cinema. É um filme bem feito, com diálogos afiados e ótimas atuações. Destaque é para os efeitos de maquiagem que criaram criaturas praticamente reais, a fotografia também chama bastante atenção e passa a impressão de confinamento

Ficha técnica

Título original: Island of Lost Souls
Duração: 70 minutos
Gênero: Terror, Ficção Científica, Film-Noir
Classificação indicativa: 14 anos
País de origem: Estados Unidos da América
Ano de lançamento: 1932