Glória Feita de Sangue (1957): um clássico irretocável antibélico - Dicas de Filmes Pela Scheila

Pesquisar

sexta-feira, junho 02, 2023

Glória Feita de Sangue (1957): um clássico irretocável antibélico

Glória Feita de Sangue é um drama de guerra dirigido por Stanley Kubrick, diretor de grandes clássicos como Nascido para Matar (1987), O Iluminado (1980), Laranja Mecânica (1981) e Lolita (1962). O roteiro co-escrito por Kubrick junto de Calder Willingham e Jim Thompson foi baseado controverso e semi-ficcional livro Paths of Glory de Humphrey Cobb, publicado em 1935.

Dicas de Filmes Pela Scheila
Kirk Douglas e Adolphe Menjou em cena no filme "Glória Feita de Sangue"

Sinopse - O filme nos transporta para a França de 1916, período da Primeira Guerra Mundial. O Gen. Georges Broulard (Adolphe Menjou) fala para seu Assessor, Gen. Paul Mireau (George Meeker), sobre seus planos para tomar uma fortificação inimiga nas próximas 48 horas. Ao ficar sabendo do plano, o Coronel Dax (Kirk Douglas) mostra-se atônito por saber que o mesmo é inviável. No entanto, Mireau o ameaça de tirá-lo do comando se ele não concordar com o ataque proposto.

Durante a madrugada, Dax comanda o ataque. Como já era de se esperar, o mesmo é um grande fracasso, com muitas baixas. Mireau ordena um segundo ataque, ao verificar que a Companhia ainda se encontra nas trincheiras. Como os soldados não atendem à ordem, por julgarem ser uma missão suicida, Mireau ordena ao Capt. Rousseau (John Stein) que abra fogo contra suas próprias trincheiras, alegando insubordinação.

Para evitar admitir que o plano era inviável, Mireau instala uma Corte Marcial para punir todo o Regimento por covardia, e são escolhidos o cabo Philippe Paris (Ralph Meeker) e os soldados Pierre Arnaud (Joe Turkel) e Maurice Ferol (Timothy Carey) para serem submetidos à Corte Marcial. Durante o julgamento, Dax assume o papel de defensor dos três militares. De um lado está a honra, do outro lado a ambição... Qual irá vencer?

Clássico anti-guerra sobre a Primeira Guerra Mundial

Em Glória Feita de Sangue vemos a enorme distância que há entre aqueles que recebem ordens e lutam na linha de frente e seus superiores que dão as ordens mas não são atingidos pelos estragos da guerra. O que este clássico faz é justamente denunciar os desmandos de generais mais preocupados com reputação e carreira do que com os homens que tombam em campo. Na guerra não existem inimigos, existem pessoas lutando de lados opostos, porque o verdadeiro vilão reside dentro das Companhias.

Glória Feita de Sangue é um filme poderoso como poucos filmes conseguem ser. Com direção segura e irretocável de Kubrick. Atuações dignas de Oscar (infelizmente não recebeu nenhuma indicação, o que eu considero uma grande injustiça). A fotografia é impressionante, uma das mais belas que já tive o prazer de contemplar. Além da qualidade técnica (perfeito em todos os quesitos), os temas abordados impressionam pela sua atualidade, mesmo após seis décadas, pouca coisa mudou. A falta de ética, a busca incansável pelo poder e a manipulação da justiça estão impregnados na nossa sociedade, infelizmente.

Por fim, Glória Feita de Sangue é um filme perfeito, mas vai além da beleza estética, o filme consegue expor diante dos nossos olhos toda a estupidez da guerra e hipocrisia humana. É um filme essencial para todos os apreciadores de bons filmes. 

Ficha técnica

Título original: Paths of Glory
Duração: 88 minutos
Gêneros: Guerra, Drama, Histórico, Clássico
Classificação indicativa: 14 anos
País de origem: Estados Unidos da América
Ano de lançamento: 1957