quarta-feira, outubro 16, 2019
Asas do Desejo (1987): impressionante poesia sobre a vida
Asas do Desejo é um dos filmes mais bonitos e poéticos que tive o prazer de assistir. Atitudes simples do nosso cotidiano se se transformam em algo sublime aos olhos de um anjo. É uma utopia em forma de filme que foi escrito, produzido e dirigido por Wim Wenders.
Bruno Ganz e Solveig Dommartin em cena no filme "Asas do Desejo" |
Sinopse - A história se passa na Berlim Ocidental, pouco antes da queda do Murro. Acompanhamos duas tramas paralelas, uma em preto e branco protagonizada pelos anjos e outra colorida que é dos humanos.
Em uma época dividida pelo murro e também pelas ideologias, guerra fria e política, o cenário é melancólico. Apresenta pessoas solitárias e oprimidas pela dor da saudade e dos sonhos desfeitos. É nessa Berlim que conhecemos os anjos Damiel (Bruno Ganz) e Cassiel (Otto Sander), que tem como missão consolar os deprimidos, mas nem sempre conseguem cumprir o trabalho com sucesso.
Essa bela missão acaba despertando em Damiel um desejo anormal - conhecer o mundo mortal como um ser humano. Damiel consegue entender os anseios dos humanos, mas não consegue sentir os desejos humanos.
Devido a sua condição espiritual, Damiel não vê as cores, nem sente os sabores e muito menos o toque físico e isto desperta seu interesse em provar o desconhecido. Ao conhecer a solitária trapezista Marion (Solveig Dommartin), surge em Damiel um sentimento incontrolável de seu um de nós.
Pelos olhos desses anjos percebemos o quando o ser humano desperdiça seu precioso tempo tentando entender os porquês da vida, buscando explicações para justificar o sofrimento ao invés de transformar as situações ruins em aprendizado e valorizar os bons momentos.
Porque enquanto os homens tentam entender a razão das coisas serem como são, os anjos desejam sentir o carinho, afeto, ternura e até o sofrimento, pelo simples fato de sentir algo verdadeiro. Sem as cores, fica bem mais fácil para o público entender os anseios desses seres especiais.
Em determinado momento, Damiel consegue realizar seu desejo e, a partir daí o mundo passar a ser colorido. A cena que Damiel vê seu próprio sangue e sente o sabor é de uma beleza ímpar.
Em uma época dividida pelo murro e também pelas ideologias, guerra fria e política, o cenário é melancólico. Apresenta pessoas solitárias e oprimidas pela dor da saudade e dos sonhos desfeitos. É nessa Berlim que conhecemos os anjos Damiel (Bruno Ganz) e Cassiel (Otto Sander), que tem como missão consolar os deprimidos, mas nem sempre conseguem cumprir o trabalho com sucesso.
Essa bela missão acaba despertando em Damiel um desejo anormal - conhecer o mundo mortal como um ser humano. Damiel consegue entender os anseios dos humanos, mas não consegue sentir os desejos humanos.
Devido a sua condição espiritual, Damiel não vê as cores, nem sente os sabores e muito menos o toque físico e isto desperta seu interesse em provar o desconhecido. Ao conhecer a solitária trapezista Marion (Solveig Dommartin), surge em Damiel um sentimento incontrolável de seu um de nós.
Pelos olhos desses anjos percebemos o quando o ser humano desperdiça seu precioso tempo tentando entender os porquês da vida, buscando explicações para justificar o sofrimento ao invés de transformar as situações ruins em aprendizado e valorizar os bons momentos.
Porque enquanto os homens tentam entender a razão das coisas serem como são, os anjos desejam sentir o carinho, afeto, ternura e até o sofrimento, pelo simples fato de sentir algo verdadeiro. Sem as cores, fica bem mais fácil para o público entender os anseios desses seres especiais.
Em determinado momento, Damiel consegue realizar seu desejo e, a partir daí o mundo passar a ser colorido. A cena que Damiel vê seu próprio sangue e sente o sabor é de uma beleza ímpar.
Obra-prima espiritualmente significativa
Asas do Desejo não tem cunho religioso ou doutrinal, é apenas uma obra de arte para entender as mudanças ocorridas no ser humano. As perguntas são pequenas dádivas, o fracasso é apenas um caminho, o desconhecido um êxtase e a vida é um oceano de possibilidades.É uma obra de raríssima beleza, que desnuda a alma dos humanos com perfeição. Conforme o filme avança, visualizamos pequenas histórias de pessoas melancólicas e despedaçadas, vivendo em um mundo desolado, mas sempre amparadas pela proteção divina.
Enquanto os humanos buscam respostas para sanar suas inquietudes, os anjos os amparam e tentam oferecer acalento. Esses seres iluminados conseguem captar as dores mais profundas dos humanos e prever suas reações diante dos males que lhes afligem, mas são incapazes de sentir suas angustias, tampouco suas alegrias.
Asas do Desejo passeia entre a efemeridade e a eternidade de tal maneira que ficamos hipnotizados. Os diálogos são magníficos, destaco a conversa dos dois anjos, Damiel e Cassiel, que comentam sobre a criação do ser humano e o surgimento do primeiro conflito, ambos conversam caminhando próximo do Murro de Berlin, um dos maiores símbolos de guerras da história. Outro ponto marcante é quando o anjo caído experimenta as sensações mundanas que nenhum outro anjo ousou experimentar.
Asas do Desejo passeia entre a efemeridade e a eternidade de tal maneira que ficamos hipnotizados. Os diálogos são magníficos, destaco a conversa dos dois anjos, Damiel e Cassiel, que comentam sobre a criação do ser humano e o surgimento do primeiro conflito, ambos conversam caminhando próximo do Murro de Berlin, um dos maiores símbolos de guerras da história. Outro ponto marcante é quando o anjo caído experimenta as sensações mundanas que nenhum outro anjo ousou experimentar.
Em suma, Asas do Desejo é um filme excepcional. Faz parte daquela remessa de obras que ao assistirmos jamais esqueceremos, seja pelo conteúdo irretocável ou pela fotografia sublime.
"Não direi uma palavra, e entenderei todas as línguas. E este será o meu primeiro dia."
Ficha técnica
Título original: Der Himmel Über Berlin
Duração: 128 minutos
Gênero: Romance, Fantasia, Drama, Clássico
Gênero: Romance, Fantasia, Drama, Clássico
Classificação indicativa: Livre
País de origem: Alemanha
Ano de lançamento: 1987