Filme: "Eu, Tonya (2017)" - Dicas de Filmes Pela Scheila

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sexta-feira, fevereiro 02, 2018

Filme: "Eu, Tonya (2017)"

"Não existe verdade, é tudo besteira. Todo mundo tem a sua própria verdade. E a vida só faz o que ela quer."

Lançado em 2017, "I, Tonya", do diretor Craig Gillespie, que também assina o roteiro ao lado de Steven Rogers, não é uma cinebiografia convencional. Em tom de humor negro, o filme narra a história da ex-patinadora Tonya Harding, famosa por realizar o dificílimo axel triplo {salto no ar onde o patinador gira três vezes no ar} e também pela polêmica da agressão contra a patinadora Nancy Kerrigan.

Venceu o Oscar na categoria Melhor Atriz Coadjuvante, também foi indicado como Melhor Atriz e Melhor Edição. Ganhou o BAFTA  na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante e foi indicado como Melhor Roteiro Original, Melhor Atriz, Melhor Figurino e Melhor Penteado e Maquiagem. 
A trama segue duas linhas: a primeira é a da história tradicional linear; a outra é a partir de entrevistas (dramatizadas). Já no inicio do filme recebemos a informação que é baseado "em entrevistas livres de ironia, extremamente contraditórias e totalmente verídicas com Tonya Harding e Jeff Gillooly". Então aparece Tonya (Margot Robbie), ex-patinadora olímpica que aparece em sua casa.
Logo depois, vemos a Jeff (Sebastian Stan), ex-marido de Tonya, em outro ambiente, reclamando de alguns detalhes da entrevista. 
Também entra em cena LaVona Harding (Allison Janney), mãe de Tonya, que comenta sobre sua relação conturbada com a filha.
A partir daí vamos acompanhando a história de Tonya através de duas linhas paralelas. Nascida numa família interiorana, Tonya (Mckenna Grace) sofria com a agressividade de sua mãe. Apesar de rude, LaVona percebe o talento nato que sua filha tem na patinação. Então decide matricular a garotinha em uma escola para patinadoras mirins. 
Os anos passam, Tonya (Margot Robbie) começa a ganhar destaque nas competições e chama a atenção dos jurados. Já adolescente, ela conhece o tímido Jeff Gillooly (Sebastian Stan), por quem se apaixona. Inicialmente, ele é um rapaz adorável, mas aos poucos vai revelando sua agressividade.
As brigas constantes com sua mãe a levam a sair de casa. Mesmo apanhando constantemente do namorado, Tonya decide morar com ele. Percebemos que Tonya encontra na pista de gelo o único lugar onde se sente segura de seu marido e da mãe. 
Mesmo recebendo notas baixas dos jurados por causa do preconceito que consideravam seu visual "caipira", Tonya vence várias competições e se uma das favoritas para os Jogos Olímpicos de 1994, ao lado de Nancy Kerrigan (Caitlin Carver).
Porém, ela ficou realmente conhecida quando seu marido, Jeff Gilloly, e dois ladrões, planejaram e executaram um ataque contra sua colega Nancy Kerrigan.
Estilo mockumentary (documentário falso), "Eu, Tonya" é uma cinebiografia incomum, debochada, sarcástica e irônica. Aborda de maneira humorada um episódio real espinhoso que deixou uma mancha na glamourosa patinação artística. Ao adotar uma abordagem estilizada, que dificilmente pode ser classificada como realista, o diretor Craig Gillespie brinca com a sua própria subjetividade ao conduzir a trama.
O filme também faz críticas à ditadura das aparências, à valorização do supérfluo e a hipocrisia do "sonho americano", mas sem nunca perder seu alto valor de entretenimento. Mistura cinema de arte, humor negro, investigação policial, drama, suspense e drama sobre violência doméstica, a obra também discute feminismo e preconceito. Portanto, "Eu, Tonya" é uma cinebiografia que merece respeito.
Mais detalhes do filme na página do IMDb

Duração: 120 minutos
Categorias: Biografia, Comédia, Esporte, Drama
Classificação: 12 anos
Minha Nota: 10,0