"A guerra é uma droga."

"The Hurt Locker" é um ótimo drama de guerra dirigido por Kathryn Bigelow. O roteiro foi escrito por Mark Boal, ex-correspondente na Guerra do Iraque. Lançado em 2008, ganhou o Oscar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Edição, Melhor Roteiro Original, Melhor Som e Melhor Edição de Som, também recebeu indicações como Melhor Ator, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora. 

Inacreditavelmente, este filme, ganhador do Oscar, não estreou nos cinemas brasileiros, sendo lançado apenas em DVD, somente após conquistar reconhecimento e prêmios é que foi para os cinemas. Já assisti vários filmes sobre a Guerra no Iraque, mas sem dúvida, "Guerra ao Terror" é o melhor. Narrando o conflito armado de uma maneira totalmente diferente, o filme dá ao espectador a dimensão real da guerra através de um grupo de soldados especialistas em desarmar bombas.

Logo de conhecemos a Companhia Bravo, liderada pelo sargento Matt Thompson (Guy Pearce), que ao descobrir a existência de uma bomba, age cuidadosamente para evitar que o dispositivo seja acionado antes de ser desativado pelo grupo de soldados.

Entretanto, a missão dos soldados sofre uma reviravolta quando o especialista Owen Eldridge (Brian Geraghty) identifica um suspeito e, ao hesitar em puxar o gatilho, permite que o mesmo detone o dispositivo.

E, quando faltavam 38 dias para que o grupo formado por Eldridge e o sargento JT Sanborn (Anthony Mackie) seja substituído por outros especialistas, passa a trabalhar com eles o chefe de equipe e sargento William James (Jeremy Renner).

James é um militar que possui experiência na guerra do Afeganistão e apresenta um comportamento diferente de Thompson: alguns o consideram corajoso e ousado, já outros, um suicida. Para ele a guerra é uma droga que oferece adrenalina, e ele gosta disso, sentindo prazer em arriscar sua vida. E, assim vamos acompanhando o esquadrão antibombas em momentos de extrema tensão. 

"Guerra ao Terror" é um filme que não apela para discursos moralistas ou patrióticos, e coloca o espectador dentro da história, compartilhando os mesmos pontos de vista dos soldados que arriscam suas vidas por uma guerra sem sentido. Acredito que todas as guerras são desnecessárias, é impossível conseguir estabelecer a paz despertando ainda mais ódio e causando mortes. E esse filme mostrou a realidade dos fatos: a guerra é uma droga, vicia as pessoas {muito mais os governantes que os soldados}. Quem decide se haverá ou não uma guerra são as autoridades governamentais, quem luta nos campos de batalha arriscando suas vidas são os soldados e quem acaba tendo a vida ceifada inocentemente são os civis. Por isso afirmo novamente: a guerra é uma droga tão danosa quanto a cocaína, craque, etc. 

Assistir "Guerra ao Terror" é ter uma experiência visceral e real de um conflito armado absurdo. Quanto vale uma vida? É a pergunta que fazemos durante e depois do filme, e a resposta está num diálogo do filme que uso para iniciar a postagem.

Direção competente, roteiro e atuações excelentes, trilha sonora marcante, fotografia impecável e o uso da câmera de mão tremelicando durante toda a narrativa transformaram "Guerra ao Terror" no melhor exemplar, até o momento, sobre a Guerra do Iraque.

Mais detalhes do filme na página do IMDb

Duração: 128 minutos

Categorias: Guerra, Drama, Thriller, Histórico

Classificação: 14 anos

Minha Nota: 9,6