É um filme francês extremamente polêmico, sendo proibido na França por 50 anos. Na época do lançamento, em 1930, os protestos contra essa obra foram tão intensos, ao ponto dos críticos entrarem numa sala de cinema em que o filme estava sendo exibido e destruírem o local por completo.

O filme começa com um aparentemente despretensioso minidocumentário sobre a vida dos escorpiões. Essa descrição é feita com o objetivo de se fazer uma comparação entre o mundo dos escorpiões e o mundo burguês.

Os escorpiões são descritos como criaturas venenosas e incapazes de dividir seu espaço. Essa introdução nos dá um forte indício da eroticidade que vai permear toda a obra.  Também é uma analogia à classe burguesa, muito criticada ao longo do filme, sendo pessoas traiçoeiras, egoístas e que se escondem nas sombras.

Nas cenas seguintes, bandidos fracos e armados caminham entre penhascos pedregosos, onde arcebispos se transformam em esqueletos.
Uma caravana de padres, militares, freiras, chega para fundar a Roma imperial, mas a cerimônia é interrompida pelos gritos de uma mulher em luta amorosa com um homem no meio da lama.

Ao serem separados de seu ato profano, o homem imediatamente começa a imaginar cenas em sua cabeça, ele passa por uma série de “outdoors” de propagandas com imagens, impossibilitado de consumar seus desejos, os transporta para imagens comuns e objetos cotidianos.

A mão e os dedos também são alvos de desejo durante uma outra cena do filme, a de consumação do amor entre os dois amantes, regida por Freud na figura de um maestro. A burguesia é bastante atacada durante o decorrer do filme, sendo representada por pessoas alienadas ao que acontece à sua volta. E para finalizar a obra, Luis Buñuel mostra o Duque de Blangis é mostrado saindo de uma orgia em seu castelo, uma forma de chocar a sociedade da época com as teorias do Marquês de Sade.

"A Idade do Ouro" mostra uma história de amor que não se realiza. Um casal loucamente apaixonado, mas não conseguem consumar esse amor, porque são interrompidos toda hora. 

É um filme genial, à frente de seu tempo, a direção de Buñuel é brilhante, sendo uma obra que merece ser assistida diversas vezes. Mas por ser surrealismo puro, é uma obra para ser sentida e não compreendida. 

Duração: 60 minutos
Categorias: Surrealismo, Drama, Comédia, Terror, Clássico, Domínio Público

Classificação: 16 anos