"É um mundo estranho."

A frase do filme "Blue Velvet" define perfeitamente essa trama. Realmente é um mundo estranho, bizarro e assustador. Sendo este um dos maiores Clássicos Cult de todos os tempos. É daqueles filmes que quando as letrinhas começam a subir na tela, ficamos ali olhando para o nada, tentando digerir tudo o que acabamos de assistir. Psicótico, porém inesquecível. A direção foi de David Lynch e seu lançamento aconteceu em 1986. O filme é um exemplo de neo-noir com elementos de surrealismo. Foi indicado ao Oscar 1987 na categoria de Melhor Diretor.

A história inicia em uma pacata cidade do interior dos Estados Unidos com casas brancas, jardins coloridos, crianças brincando no quintal, vizinhos sorridentes e amigáveis, tudo muito bonito e tranquilo na pequena Lumberton. Essa vida perfeita que quase todas as pessoas sonham em ter, acaba sendo depreciativa quando aparecem alguns insetos na grama.

Nessa cidade mora Jeffrey Beaumont (Kyle MacLachlan) com sua família. Em um dos seus passeios pelos terrenos baldios, Jeffrey encontra um orelha humana na grama, em estado de putrefação.

Com ajuda de Sandy Williams (Laura Dern), o jovem inicia uma investigação para descobrir de quem era a orelha. Jeffrey adentra no tentador e misterioso mundo erótico em que vive a perturbada cantora Dorothy Vallens (Isabella Rosselline) que trabalha em uma boate.

O jovem ingênuo acaba conhecendo o sádico e viciado Frank Booth (Denis Hooper). Um homem bizarro, que possui amigos lunáticos.

E Jeffrey acaba fazendo parte desse mundo estranho em que o casal depravado vive e, chegará o momento que não terá mais volta.

"Veludo Azul" transborda dentro do sarcasmo. O romantismo é cafona, a perversão é um divertimento e as relações sexuais envolvem violência e sadismo. 

Após o choque inicial, o filme se torna um verdadeiro deslumbre. Adentramos numa atmosfera fascinante dos grandes Film-Noir. O jogo de intrigas, traições, perversidade e sedução revela o lado mais sombrio e assustador do ser humano.