Filme: "A Condessa (2009)" - Dicas de Filmes Pela Scheila

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domingo, novembro 15, 2015

Filme: "A Condessa (2009)"

"História é uma narrativa contada pelos vencedores. Quem são os vencedores?"

"The Countess" conta a história da Condessa húngara Erzsebét Bathory (1560-1614), começando com sua infância, passando por seu casamento com o Conde Nadasdy, mostrando todos os fatos que lhe deram o apelido ‘Condessa de Sangue’ e encerrando em seu derradeiro fim, ou melhor, nascimento do mito.

Há anos que esperava para assistir este filme, e finalmente consegui. E hoje me arrependo por ter demorado tanto tempo para assisti-lo. A história da Condessa Bathory causa fascínio e repúdio ao mesmo tempo, fascínio por ela ser uma mulher à frente do seu tempo, conseguir respeito numa época em que as mulheres eram vistas como inferiores, e repúdio simplesmente pelo fato dela ser considerada a maior serial-killer feminina da história, acusada de ter praticado mais de 600 assassinatos.
Este filme franco germânico foi escrito e dirigido por Julie Delpy (que também é a protagonista) e foi lançado em 2009. Há uma versão tcheca, "Condessa de Sangue", feita em 2008 e dirigida por Juraj Jakubisko.

A Condessa Erzsebét Bathory (Julie Delpy) era de uma linhagem nobre na Hungria do século XVI, casou-se por conveniência aos 15 anos de idade com Conde Nadasdy (Charly Hübner). Desde menina ela aprende a ser fria e muito forte, colocando sua classe e poder em primeiro lugar.
Após a morte marido,  Erzsébet sabia que precisava mostrar força, assim continuou a financiar a campanha militar que seu marido comandava, além de não permitir que outros nobres a ameacem de nenhuma maneira. Assim, torna-se uma figura respeitada e temida.
Neste tempo conturbado a Condessa recebe uma proposta de casamento do Conde Thurzó, que ela recusa por não considerá-lo um partido a altura. Porém, ela se apaixona perdidamente pelo filho do conde, István Thurzó (Daniel Brühl).
O Conde fica ressentido e proíbe o encontro deles. Erzsébet pensa que foi abandonada pelo amado, principalmente por conta da idade. Assim sendo, ela cria uma obsessão por sua aparência, como se sua idade fosse o motivo pelo qual foi deixada e, certo dia,  após uma sessão de espancamento numa criada, cai sangue da jovem em seu rosto e a Condessa percebe que rejuvenesceu. 
E a partir desse momento inicia-se uma perseguição contra as jovens virgens da região. Seu vício em sangue aumenta a cada dia, e as mortes de garotas vão ficando cada vez mais frequentes. Chegando ao ponto de criar uma espécie de ‘gaiola de purificação’, sob a justificativa de tirar o sangue de bruxas antes de queimá-las, para que suas almas sejam purificadas.
Existem diversas controversas sobre a veridicidade nas histórias que circundam Erzsebét, e o filme também deixa isso claro. Jamais saberemos se ela foi enganada pelo sistema opressor ou era uma condessa vampiresca. Difícil descrever as sensações que este filme provocou, foi um mix de raiva, compaixão, ódio, dor, além das dúvidas que surgiram, que até então eu imaginava Erzsebét Bathory como uma assassina sanguinária, fria e calculista, que matava em busca da juventude eterna, mas o filme me mostrou uma mulher loucamente apaixonada. O amor as vezes é insano e faz as pessoas cometerem coisas assustadoras. 
"A Condessa" é um filme excelente, Julie Delpy dirige com maestria, e para quem não sabe, Julie Delpy foi a atriz principal da trilogia de Richard Linklater, "Antes do Amanhecer (1995)", "Antes do Pôr-do-sol (2004)" e "Antes da Meia-noite (2013)", mas aqui ela não só dirige, como incorpora lindamente a lendária condessa. 
Outra atuação emocionante é do ator Daniel Brühl, ele faz o jovem ingênuo, apaixonado, que acaba sendo o responsável pela loucura da condessa.
A fotografia do filme é uma espetáculo a parte. O vermelho-sangue, como era de se esperar, destaca-se no ambiente contaminado por tons cinzentos, quebrados apenas pela pálida luz das velas dos salões de sua corte.
"A Condessa" é um filme inesquecível, que tenta passar ao espectador um pouco sobre a famosa Condessa Erzsebét Bathory. E finalizo com a frase do filme: ''A mesma mão que a acariciou é a mesma mão que irá matá-la.''

Mais detalhes do filme na página do IMDb

Duração: 98 minutos
Gênero: Biografia, Histórico, Drama
Classificação: 14 anos
Minha Nota: 10,0