A Forma da Água (2017): uma história de conexões intuitivas - Dicas de Filmes Pela Scheila

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quarta-feira, maio 31, 2023

A Forma da Água (2017): uma história de conexões intuitivas

A Forma da Água é um drama romântico fantástico dirigido por Guillermo Del Toro, de Pinóquio (2023), O Labirinto do Fauno (2006) e Hellboy (2004). O roteiro foi escrito por Del Toro e Vanessa Taylor.

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Sally Hawkins e Doug Jones em cena no filme "A Forma da Água"


Sinopse - É 1963. Auge da Guerra Fria. Eliza Esposito (Sally Hawkins), uma mulher muda e solitária, trabalha como faxineira em um laboratório, ao lado da melhor amiga, Zelda (Octavia Spencer). Fora do laboratório, Eliza tem uma relação bastante familiar com o vizinho Giles (Richard Jenkins), um homem solitário, apaixonado por cinema clássico, que está atrás de uma segunda chance profissional.

Mas a vida de Eliza sofre uma mudança drástica quando ela conhece uma criatura do rio, aprisionada por homens do governo. Ao descobrir que a criatura corre perigo de vida, a zeladora elabora um plano, e, com ajuda de Zelda e Giles, resgatam o Homem-Anfíbio (Doug Jones).

Todavia, viver fora do seu habitat natural acaba colocando a vida da criatura em risco, Eliza também precisará defender seu amado do inescrupuloso Strickland (Michael Shannon), chefe de segurança local, um homem impiedoso e tirano, que não medirá esforços até dar um fim a vida do Homem-Anfíbio.

Um conto de fadas erotizado sombriamente

Cada pessoa tem um jeito particular de assistir filmes, o meu é adentrar dentro da história, e, durante os 123 minutos de A Forma da Água eu vi(vi) todas as sensações que a obra transmite, foi um turbilhão de emoções. É uma fábula com toques sombrios, também é uma belíssima história de amor, Elisa e o Homem-Anfíbio são o espelho da sociedade moderna, diferentes entre si, mas que se reconhecem quando se encontram por terem um passado semelhante, de desprezo e exclusão. 

O cineasta Guillermo Del Toro nos presenteia com mais uma fantasia de excelência, entretanto, o diretor cria um ambiente dualmente realista e surrealista. A fantasia se completa com a realidade e vice-versa. A história se passa no auge da Guerra Fria, o medo de espiões russos deixa os americanos em alertas 24 horas por dia. A disputa entre as duas grandes potências provoca o aprisionamento da lendária criatura, o Homem-Anfíbio é um deus para os nativos da América do Sul. 

A Forma da Água é um filme de espionagem, mas acima de tudo é um romance de fantasia. Que belíssimo jeito de contar uma história atemporal. Os cenários são um charme à parte, nos remete ao cinema clássico. O prédio aonde Eliza e seu vizinho Giles moram fica localizado acima de um velho cinema, daqueles com estrutura de anfiteatro e desperta uma vontade imensa de querer visitar. O filme é recheado de referências e homenagens ao cinema.

O roteiro é previsível, mas a experiência de assistir A Forma da Água é únical. Emotivo sem ser piegas. Um romance incomum, improvável à primeira vista (ela = humana - ele = anfíbio) mas ambos se completam de tal forma que passamos a acreditar que eles eram da mesma espécie. Um amor tão bonito de ser visto, raro nos dias de hoje porque transmite pureza de sentimento. É um filme feito para os sensíveis, para os sonhadores, para os sensoriais, para aqueles que ainda acreditam na beleza do amor e nas sutilezas da vida. 

Me faltam palavras para elogiar esse filme. A Forma da Água é uma história de amor, mas é bem mais que isso, é intenso, ousado, violento às vezes, também é sobre as minorias oprimidas que não tem voz nem vez na sociedade. 

Ficha técnica

Título original: The Shape of Water
Duração: 123 minutos
Gênero: Fantasia, Romance, Drama 
Classificação indicativa: 16 anos
País de origem: Estados unidos da América, México
Ano de lançamento: 2017