domingo, fevereiro 12, 2023
Farrapo Humano (1945): a triste história de um alcoólatra
Farrapo Humano é um drama amargo do diretor Billy Wilde sobre a triste história de um homem que sucumbiu ao vício do álcool. O roteiro foi escrito por Wilder junto de Charles Brackett é repleto de diálogos ágeis e envolvente.
Ray Milland em cena no filme "Farrapo Humano" |
Sinopse - Na trama conhecemos Don Birnam (Ray Milland), escritor alcoólatra que vive em Nova York e sofre de um bloqueio por causa do vício que o impede de escrever, com isso acabou perdendo dinheiro, prestígio e principalmente, sua dignidade.
Numa última e desesperada tentativa de ajudá-lo, seu irmão Wick (Phillip Terry) e sua namorada, Helen St. James (Jane Wyman), planejam um final de semana prolongado fora de Nova York. No entanto, Don consegue arranjar uma desculpa minutos antes de viajarem.
Sozinho no apartamento, Don encontra alguns dólares e vai até o bar mais próximo para tomar uns goles. Ele acaba se atrasando e seu irmão decide viajar sozinho. A partir daí ele vive exclusivamente em função do seu vício.
Alcoolismo é uma doença que mata lentamente
Farrapo Humano foi o primeiro filme a abordar o alcoolismo abertamente como um drama, até então os bêbados eram vistos como figuras cômicas nas comédias. O diretor Billy Wilde desnuda seu personagem de tal maneira que o espectador consegue sentir o desespero do alcoólatra. Vemos aqui um retrato realista sobre a destruição provocada pelo alcoolismo, transformando um ser humano promissor em um farrapo, uma sombra de si mesmo que perambula pelas ruas em busca do seu objeto de desejo, o álcool.
Através de flashbacks conhecemos como o álcool entrou na vida de Don e o afundou num mar lamacento. Ray Milland dá vida ao seu personagem de maneira magistral, sentimos empatia por ele, queremos que ele abandone o vício, mas ele não quer, ou melhor, o vício não o abandona. É penoso acompanhar essa história da degradação de um viciado em álcool, principalmente quem já teve um caso semelhante na família.
Através de flashbacks conhecemos como o álcool entrou na vida de Don e o afundou num mar lamacento. Ray Milland dá vida ao seu personagem de maneira magistral, sentimos empatia por ele, queremos que ele abandone o vício, mas ele não quer, ou melhor, o vício não o abandona. É penoso acompanhar essa história da degradação de um viciado em álcool, principalmente quem já teve um caso semelhante na família.
Farrapo Humano é um filme intenso, que retrata a realidade sem usar nenhum atenuante, mergulhamos no fundo do poço junto com o protagonista e experimentamos cada uma das sensações que ele experimenta, e admito que não são sensações boas. Assistir esse clássico foi uma experiência sufocante.
A fotografia em preto e branco é um perfeita. As cenas que Don aparece bebendo se tornam sombrias, como se as sombras fossem tragar o personagem, uma herança do cinema noir e também uma maneira de simbolizar a decadência do personagem, que a cada trago dá um passo mais longo em direção do abismo. Farrapo Humano não é apenas mais um filme sobre degradação moral, é um grande estudo de caso e a maneira como a história é contada ressalta que o alcoolismo é uma doença sem cura. Nos dias atuais as pessoas compreendem que viciados em álcool são doentes, mas há 70 era diferente, era um tabu.
A fotografia em preto e branco é um perfeita. As cenas que Don aparece bebendo se tornam sombrias, como se as sombras fossem tragar o personagem, uma herança do cinema noir e também uma maneira de simbolizar a decadência do personagem, que a cada trago dá um passo mais longo em direção do abismo. Farrapo Humano não é apenas mais um filme sobre degradação moral, é um grande estudo de caso e a maneira como a história é contada ressalta que o alcoolismo é uma doença sem cura. Nos dias atuais as pessoas compreendem que viciados em álcool são doentes, mas há 70 era diferente, era um tabu.
Resumindo, Farrapo Humano é um filme atemporal que serve como uma grande reflexão, afinal, o alcoolismo continua por aí, afetando pessoas de todas as idades, de qualquer nível intelectual ou profissional e destruindo famílias inteiras.
Ficha técnica
Título original: The Lost Weekend
Duração: 101 minutos
Gênero: Drama, Film-Noir, Clássico
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 101 minutos
Gênero: Drama, Film-Noir, Clássico
Classificação indicativa: 12 anos
País de origem: Estados Unidos da América
Ano de lançamento: 1945