Sinopse - O filme se passa por volta do século V e narra a trajetória do Rei Arthur (Edward Atterton) e seus cavalheiros, principalmente Lancelot (Michael Vartan) sob a visão feminina de Morgana (Julianna Margulies), uma sacerdotisa da lendária ilha de Avalon, berço de origem da religião dos seguidores da "Grande Deusa" ou "Deusa Mãe".

Acompanhamos o avanço do cristianismo e o início da extinção do paganismo, mostrando o temor das pessoas que cultuavam a "antiga tradição" que a mesma desaparecesse, juntamente com o templo sagrado, escondido em Avalon.

Nessa época os saxões estavam destruindo Bretanha, assassinando cristãos e seguidores da "antiga religião". Gorlois (Clive Russel), lutava contra esses horrores provocados pelos saxões e sua esposa Igraine (Caroline Goodall), praticava secretamente a antiga magia.

Quando Viviane (Angelica Huston), a grã-sacerdotisa de Avalon e tia de Morgana, tem uma visão que Igraine iria gerar um líder que salvaria Avalon, ela planeja salvar a ilha e suas tradições a todo custo. O tempo passa, muitos fatos ocorrem... Arthur já é um lindo menino, sempre protegido pela sua irmã Morgana. 

Chega o dia em que Arthur e Morgana devem partir, sendo ambos tirados de sua mãe por Viviane. O menino foi levado para se tornar um grande guerreiro, sendo treinado por Merlin (Michael Byrne), a menina foi levada para Avalon para ser a substituta da grande sacerdotisa.

Os dois cresceram separados e se encontraram num ritual em Beltame, sem saber que são irmãos, eles são iniciados na "antiga religião" e resultando na gravidez de Morgana. O filho de Morgana nasce, no entanto, ela precisou deixa-lo aos cuidados da sua tia Morgause (Joan Allen), uma mulher perversa, que usa o poder da magia para fazer maldades.

Morgause deseja o poder a todo custo, e para isso envenena com palavras o pequeno Mordred contra seu próprio pai, o Rei Arthur. As maldades desta mulher são tantas, que ela faz várias magias para que Guinevere (Samantha Mathis), esposa do Rei, nuca possa engravidar.

Com o passar dos anos, muitas coisas acontecem sendo que uma tragédia faz com que As Brumas de Avalon desapareçam completamente. Com o avanço do cristianismo, os seguidores da "Grande Deusa" também desaparecem.

Segundo as palavras da heroína Morgana: "Avalon desapareceu do mundo dos homens e apenas Glastonbury (templo cristão) marca o local onde esteve. Os saxões se espalharam pela Bretranha e a tornaram sua e a Deusa foi esquecida. Ou assim pensei por muitos anos. Até perceber que a Deusa havia sobrevivido. Ela não foi destruída, apenas adotou outra encarnação. E talvez um dia as gerações futuras poderão fazer com que ela volte a ser conhecida como a conhecíamos na glória de Avalon."

As Brumas de Avalon é um filme encantador e repleto de misticismo, ao longo da trama vai mostrando como nasceu a "antiga tradição", considerada a primeira religião que surgiu no mundo. Com imagens estonteantes, o filme nos faz voltar no tempo, onde a fé e a espiritualidade colidiam de frente. 

A história é contada por mulheres fortes, guerreiras, que usavam o poder real da magia para tornar o mundo um lugar melhor para viver. Tenho total admiração por Morgana das Fadas, a mulher mais digna de carregar o título de Sacerdotisa da Grande Deusa.

De todas as versões que já assisti sobre o lendário Rei Arthur, As Brumas de Avalon é sem dúvida, a mais grandiosa de todas, não apenas na duração (183 minutos), mas também na maneira admirável como a história foi adaptada. São raros os filmes que conseguem transformar quatro livros em um filme magnífico. Alguns fatos mostrados no filme são tão realistas que nos deixam convencidos que Avalon, a ilha mágica vista apenas por mulheres, realmente existiu.

E um filme é maravilhoso, passando conceitos que para algumas pessoas que vivem no mundo atual é difícil compreender. A história ressalta a magia do amor, dos encontros e desencontros, das paixões e sofrimentos, das uniões predestinados e dos amores proibidos, onde pecado, luxuria e traição se misturam à crenças antigas.

As Brumas de Avalon é um filme esplêndido, sedutor e cativante, que com mais de três horas de duração que nos faz refletir sobre os costumes de uma época perdida no tempo.