Sinopse - Conhecemos Eugénie Cléry (Lou de Laâge), uma jovem curiosa e apaixonada por poesia e literatura que vem de uma família rica e conservadora que tenta a todo custo suprimir os anseios dela. Ao saber que a filha "vê e fala com espíritos", seu pai, François Cléry (Cédric Kahn), decide interná-la no famoso Hôpital de la Salpêtrière, instituição psiquiátrica dirigida pelo neurologista Jean-Martin Charcot (Grégoire Bonnet), mentor de Sigmund Freud.

Lá dentro ela conhece Geneviève (Mélanie Laurent), uma das enfermeiras responsáveis por cuidar das mulheres cativas naquele lugar. Aos poucos surge uma forte amizade entre elas. Eugénie também presencia muita crueldade e sente na pele alguns dos tratamentos padrão de psiquiatria infligidos a pacientes internadas trancafiadas nos hospícios na França do século 19. 

Embebição de água gelada, confinamento solitário em celas escuras, tranquilizantes e inspeções aleatórias de cavidades corporais são algumas amostras do horror vivido por muitas mulheres da época. Abandonadas pelos parentes, sem dinheiro e sem ninguém a quem recorrer, as mulheres internadas nessas instituições se tornavam cobaias dos mais diversos tratamentos psiquiátricos chamados de "terapêuticos". 

O Baile das Loucas é um filme extremamente melancólico. É impossível não se entristecer ao ver tanto sofrimento. Não havia esperança para aquelas mulheres, uma vez trancadas na instituição dificilmente voltariam a sociedade novamente. Fica evidente no filme o papel do hospital psiquiátrico e seus métodos como dispositivo de disciplinamento patriarcal de mulheres "indesejadas" por suas famílias. O filme deixa claro que Eugénie foi internada por ser médium, mas havia naquele lugar muitas outras mulheres mantidas em cativeiro por puro machismo dos homens.

Por outro lado, O Baile das Loucas é um filme muito bonito. Os cenários foram reconstruídos com perfeição e os trajes elegantes nos transportam para outra época. A trilha sonora é lindíssima e as atuações são dignas de prêmios. 

O Baile das Loucas é um conto de sofrimento, amizade e redenção que se passa numa época onde as mulheres eram submetidas a métodos bárbaros de psiquiatria. É um pequeno grande filme que vale a pena ser apreciado.