Com todas as oportunidades negadas na cidade, David e Maggi vão para a área rural, onde o preconceito da população local não é diferente daquele que enfrentaram na cidade. A chuva torrencial que os atinge, logo no início, é um sinal dos problemas que eles terão que enfrentar.

Eles acabam se instalando em um chalé, que pensam estar abandonado. Porém, o chalé pertence a Per Håkansson (Ludde Gentzel), que primeiro os denuncia à polícia, e depois lhes propõe o arrendamento do chalé. Maggi e David decidem então ficar. O rapaz consegue um trabalho na estufa do senhor Andersson (Douglas Håge).

Chove Sobre Nosso Amor é um filme interessante por mostrar os primórdios da carreira do genial Ingmar Bergman. A influência teatral é bastante visível neste filme, mas a história é bem realista, sendo um tapa na cara (bem dolorido) na sociedade sueca da época (nossa sociedade atual não se diferencia muito). 

A luta dos protagonistas por um lugar ao sol permeia toda a narrativa. Maggi e David sonham em ter uma vida digna, porém, a hipocrisia social não permite que eles realizem esse sonho. Eles são desprezados e humilhados em diversos momentos da trama. Mas, o mais importante é que eles não desistem, mesmo com tantos obstáculos pelo caminho, o casal acredita fervorosamente que o dia de amanhã será melhor.

Chove Sobre Nosso Amor também é um filme poético, a chuva - que dá nome à obra, está presente em quase toda a película, e é justamente a chuva que une esse jovem casal. Em certo momento, o narrador (onipresente) entrega um guarda-chuva ao casal, que seguem juntos, de braços dados em busca de uma oportunidade que lhes permita viver dignamente. O desfecho também se diferencia da filmografia do cineasta, aqui é um pouco mais otimista. Gostei bastante de Chove Sobre Nosso Amor, é um filme que além de ser belíssimo visualmente, aflora inúmeras reflexões sobre nossos pré-conceitos diários.

Título original: Det regnar på vår kärlek