"The Judge" é um filme impossível de passar despercebido, afinal, é um excelente drama familiar com toques suaves de humor. O roteiro bem produzido é daqueles redondinhos que nos deixa curiosos para saber qual é o próximo ato, no caso, cena. Contou com a direção de David Dobkin e roteiro de Bill Dubuque e Nick Schenk. O lançamento aconteceu em 2014 e recebeu indicação ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante.

Relações complexas entre pais e filhos sempre rendem ótimos roteiros e neste filme não foi diferente, além de várias tramas paralelas que deixam a história central ainda mais interessante. 

Neste filme de tribunal, conhecemos Hank Palmer (Robert Downey Jr.), ele é um brilhante advogado que atua através de uma grande empresa. Hank coloca o dinheiro em primeiro lugar, deixando de lado a lei, propriamente dita e esquecendo de dar atenção a sua família.

Certo dia, ele recebe um telefone no tribunal, durante o julgamento e é obrigado a retornar para a cidade natal pois sua mãe havia falecido. Ela era a única pessoa da família com quem Hank mantinha contato.

Ao chegar na cidade, Hank é recebido de forma hostil pelo pai, Joseph Palmer (Robert Duvall) é um juiz veterano e que tem uma relação nada amigável com seu filho advogado.

Ambos estão vinte anos distanciados, porém, o destino prepara uma grande surpresa para os dois, Joseph é acusado de atropelar e matar um homem logo após o velório de sua esposa. Contudo, o juiz havia julgado este mesmo homem a muitos anos atrás.

Hank acaba vendo seu pai, o famoso juiz da pequena cidade, no tribunal, mas no banco dos réus e ele terá que defendê-lo. Joseph sofre calado pela perda da mulher e com uma doença terminal, e não consegue se entender com seu filho e a possibilidade da condenação aumenta ainda mais esse conflito entre pai e filho.

Em "O Juiz", temos dois elementos principais: um homem bem sucedido financeiramente, mas egoísta e isso afeta seu relacionamento com a esposa e distanciando-o de sua filha e; um homem dono da verdade, que tem orgulho de fazer a lei ser cumprida e que acaba sendo acusado de um crime. 

Além de um amor de infância ressurgir na vida do advogado, trata-se de Samantha (Vera Farmiga) e Hank acaba ficando dividido entre retomar uma história do passado ou refazer sua vida conjugal com a esposa atual. Há também outros pequenos problemas familiares que envolvem os irmãos de Hank.

"O Juiz" é um filme envolvente e constrói um drama familiar com empatia. Criamos afinidades com os personagens que demonstram sentimentos praticamente reais envolvendo sofrimento, dor, rejeição e necessidade de ser aceito por aqueles que mais amam.

Esse filme está longe de ser um grande filme de tribunal, como aqueles filmes antigos onde acontecem reviravoltas extraordinárias e disputas empolgantes, mas é um ótimo filme, principalmente pelo embate emocional, e mesmo sendo clichê, o drama familiar é excelente.