Este foi o primeiro filme brasileiro que assisti sobre a Segunda Guerra Mundial, talvez por isso tenha ficado tão impactada com a narrativa. Na época da guerra, Brasil era aliado dos Estados Unidos, Inglaterra e França. O presidente Getúlio Vargas encaminhou mais de 25 mil soldados da FEB (Força Expedicionária Brasileira) para combater os inimigos, representados pelo Eixo: Alemanha, Itália e Japão.

A trama acompanha um grupo desses soldados brasileiros nas montanhas gélidas da Itália. Os soldados fazem parte do pelotão brasileiro encarregado de desarmar minas, enquanto tentam desativar uma mina, dois soldados são mortos, ficando claro o despreparo deles na missão.

Os Pracinhas eram, quase todos de origem pobre e, em sua maioria, despreparados para o combate, assim sendo, precisaram aprender às custas de enorme sofrimento, a lutar pela sobrevivência. Depois de sofrerem um ataque de pânico coletivo, no sopé do Monte Castelo, os soldados Guimarães (Daniel de Oliveira), Tenente (Julio Andrade), Piauí (Francisco Gaspar) e Laurindo (Thogum) tentam descer a montanha, mas acabam se perdendo um do outros.

Quando se reencontram, surge um dilema entre os soldados: decidir se retornam para o batalhão e correm o risco de enfrentar a Corte Marcial por abandono de posto, ou voltam para a posição da noite anterior e se arriscam a enfrentar um ataque surpresa do inimigo. 

Através de um soldado jornalista, também brasileiro, chamado Rui (Ivo Canelas), que o grupo fica sabendo de uma estrada chamada 47, que está tomada de minas, impedindo o fluxo. O grupo decide desarmar as bombas. 

Eles encontram no caminho Roberto (Sergio Rubini), soldado italiano desertor que se junta ao grupo como prisioneiro, sendo fugitivo de um grupo de nazistas que o haviam capturado. Mas, Roberto acaba se separando do grupo logo após eles capturarem o coronel Mayer (Richard Sammel), do exército nazista.

"A Estrada 47" é um filme que me surpreendeu bastante. Tecnicamente é impecável, tem ótimos diálogos e uma fotografia fascinante, melancólica e bela. A narrativa é um pouco lenta, lembrando os filmes europeus, mas a falta de ação não é um problema, pelo contrário, só valoriza o suspense em diversas cenas no decorrer da trama. 

O enredo do filme é fictício, mas as dificuldades enfrentadas pelos soldados é bem real. Pouco lembrados, [como a frase inicial dita no filme], os Pracinhas tiveram uma participação honrada e digna, e "A Estrada 47" captou perfeitamente o pânico dos jovens brasileiros que desembarcaram no rigoroso inverno italiano entre 1944-1945 em meio ao conflito armado.

"A Estrada 47" é um filme nacional bem produzido, com boas atuações e cenários deslumbrantes. Este filme é uma justa homenagem aos Pracinhas, responsáveis por ajudarem os aliados no combate ao nazismo. Um filme que deve ser visto e valorizado pelos brasileiros.

Categorias: Nacional, Guerra, Histórico, Drama

Classificação: 12 anos