quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Filme: Anomalisa (2015)
"Anomalisa" foi apresentado oficialmente no Festival de Veneza, na Itália em 2015, foi escrito e dirigido por Charlie Kaufman e Duke Johnson. Recebeu indicação ao Oscar na categoria de Melhor Filme de Animação.
É um filme humano, porém, estranhamente é encenado por bonecos animados. Uma animação para adultos (não recomendo para crianças), e por se tratar de uma obra existencialista e cult, nem todos os espectadores irão compreendê-lo. Faz uma análise crua e profunda sobre as relações humanas e aborda a "Síndrome de Fregoli" com maturidade. Particularmente, desconhecia a existência desta síndrome.
O filme se passa em poucos cenários e contém longos diálogos entre um número limitado de personagens. Entre eles está Michael Stone (voz de David Thewlis), um escritor que vai para a cidade de Cincinnati para dar uma palestra motivacional.
Michael segue do aeroporto direto para o hotel, onde entra em contato com um antigo caso para que possam se reencontrar. A iniciativa não dá certo.
Curiosamente, ele se hospeda no hotel Fregoli (nome do transtorno psicológico que leva o indivíduo a acreditar que as pessoas à sua volta são capazes de se disfarçar para se fazerem passar por outras pessoas). No hotel encontra Lisa (voz de Jennifer Jason Leigh), que lhe chama a atenção por ter uma voz diferente de todos ao seu redor.
Lisa (Leigh) transforma seu mundo. Michael resolve, finalmente, seguir seu próprio conselho e focar no que é importante em cada indivíduo. Ele ouve a moça com sua voz verdadeira, se apaixona por ela até nas suas ditas imperfeições como uma cicatriz do lado do olho e um ligeiro excesso de peso.
É difícil para o espectador entender como alguém se apaixonaria tão rápido por uma pessoa, mas naquele momento Lisa é especial para Michael. No entanto, algo acontece, e por motivos mesquinhos e manias, a separação é inevitável...
Sobre a Síndrome de Fregoli
"Anomalisa" é uma animação interessantíssima, adulta e que aborda um transtorno psicológico bastante sério. Fiquei imaginando o quão triste deve ser viver em um mundo fechado. Sem nuances, sem diferenças, sem o prazer de se comunicar e entender as pessoas. É uma magnifica animação em stop-motion, recheada de questionamentos sobre as complexidades humanas. Uma obra engrandecedora por abordar um transtorno pouco conhecido.
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