domingo, outubro 18, 2020
Filme: Amor Pleno (2012)
"To the Wonder" é um filme sensorial, contemplativo e abstrato. Não é uma obra que agrada todos os públicos. Quem não gostou do filme "Arvore da Vida", sugiro que passe bem longe do filme desta postagem, afinal, ambos são do mesmo diretor, Terrence Malick (que também escreveu o roteiro).
Nesta obra lançada em 2012, Malick mostra as sensações, e tenta alinhá-las com o externo (ambientação, trilha sonora, ausência de diálogos) e apresenta uma poesia sobre relacionamentos, esperança, catarse, fé e amor. A busca pelo amor é a base da trama: o amor carnal, humano, Divino... O amor pleno.
Escrever sobre filmes sensoriais não é uma tarefa fácil, mas vou tentar dar uma ideia de como é essa obra perceptiva. Através de imagens, monólogos narrados e música, quase sem diálogo, Malick estabelece duas histórias paralelas.
Marina (Olga Kurylenko) mora em Paris com a filha (Tatiana Chilin). Lá ela conhece Neil (Ben Affleck), com quem passa a viver um romance.
Apostando em uma paixão pra vida toda, a mulher francesa resolve se mudar com o novo parceiro para os Estados Unidos, levando junto sua filha e a esperança de uma vida nova. Com a convivência, surgem diversos problemas de relacionamento entre o casal.
Algo parecido acontece com Jane (Rachel McAdams), antiga paixão de Neil, que ao se tornar uma das partes de um triângulo amoroso, acaba enfrentando consequências aparentemente improváveis, ainda mais quando a paixão cega o raciocínio.
E nessa mesma cidade, o Padre Quintana (Javier Bardem) está em crise com sua fé e passa a buscar provas da existência de Deus, enquanto tenta ajudar as pessoas de sua comunidade.
"Amor Pleno" é bem simplista em sua estrutura, o que acaba tornando o resultado um pouco menor que outras obras do cineasta, mas o filme é ótimo, só é menor, e assim como os outros filmes, segue o movimento das emoções lembrando o tom de uma poesia. "Você amará. Mesmo que você goste ou não. Emoções. Elas vem e vão como nuvens. O amor não é só um sentimento. Você amará. Amar é correr o risco do fracasso. O risco da traição..."
Para apreciar o filme como um todo, é extremamente importante gostar de poesias, pois essa obra cinematográfica tem formato de poesia. Resumiria o filme como: "uma poesia que esconde sua beleza na falta de rima entre seus versos, com seus diálogos mudos, e imagens belíssimas que fazem bem aos olhos e alma."
CONTEMPLATIVO; POÉTICO
Duração: 112 minutos
Categorias: Romance, Drama
Classificação: 14 anos