domingo, agosto 09, 2020
Filme: Trem da Vida (1998)
"Train de Vie" é um dos filmes mais marcantes que já assisti sobre a Segunda Guerra Mundial, e quase desisti de assisti-lo já nos primeiros minutos. Tenho mania de 'dar uma corrida de olho' na sinopse, sem me ater em detalhes e não havia visto que se tratava de uma tragicomédia sobre o Holocausto. Mas por sorte assisti, ri muito em diversas cenas, na verdade, quase todas as cenas são engraçadas, menos o desfecho, esse me levou às lágrimas.
O filme foi escrito e dirigido pelo romeno Radu Mihaileanu e o lançamento aconteceu em 1998. Vencedor do Prêmio da Crítica Internacional no Festival de Cinema de Veneza, foi aclamado pela crítica como um dos melhores filmes já feitos sobre o Holocausto.
Embarcamos no "Trem da Vida" e voltamos no tempo para o ano de 1941. A Segunda Guerra Mundial estava no auge e o sistema nazista passava pelos países europeus como um trator devastador. Em um pequeno shtetl, um vilarejo judeu perdido no leste da Europa, os habitantes descobrem que os nazistas estão chegando, trazendo violência, deportações e morte.
O primeiro a avistar os nazistas chegando a uma aldeia próxima é Schlomo (Lionel Abelanski), considerado o louco da aldeia. É Schlomo que conta o que viu para o conselho de sábios do shtetl, chefiado pelo Rabino (Clément Harari) e é ele também que dá a ideia: antes que chegue o trem nazista para deportá-los, a aldeia poderia criar o seu próprio trem, pintá-lo como um trem nazista, e fantasiar alguns de seus habitantes como soldados nazistas.
Dá-se uma grande discussão para definir quais deles representarão os nazistas. Naturalmente, ninguém quer o papel do opressor. Mas o conselho de sábios vota e decide. Todos acatam e assumem seus papéis.
O filho do Rabino, Yossi (Michel Muller), é enviado até uma cidade para providenciar passaportes falsos com um amigo da comunidade. Na hora de providenciar um profissional para pôr para andar a locomotiva, o máximo que conseguem é um jovem idealista, um burocrata do Ministério dos Transportes, que nunca dirigiu coisa alguma na vida. Não se assuste, o filme possui uma atmosfera onírica, quase surrealista, nada é real.
Eles partem rumo a liberdade numa belíssima cena como quase tudo o que acontece no filme. Com o passar do tempo, desenvolvem-se rixas e partições quase surreais entre os passageiros e comandantes: os comunistas veem-se perseguidos; os nazistas comportam-se mais autoritariamente.
Surge um problema durante a viagem, os verdadeiros nazistas descobrem sobre o trem. O Comandante faz seu papel de nazista e inventa uma história para tentar convencer os alemães. A história foi tão convincente e, o comandante a contou tão bem, que conseguem enganar os nazistas e passam pela primeira barreira.
Continuando a viajem encontram um outro trem e o oficial deste trem diz ter a permissão para revistá-los. Eis que de repente surge uma nova revelação: o trem que os parou na verdade é de ciganos, que, como eles estão fugindo dos campos de concentração. A partir daí, os dois trens torna-se um e vão todos para a Rússia.
Para aliviar os momentos de tensão vividos por ambos grupos de fugitivos, há uma disputa entres os músicos e todos acabam comemorando, provando que diferentes crenças podem viver em um mesmo lugar em harmonia. O desfecho é comovente, todas as gargalhadas dão lugar à lágrimas.
"Trem da Vida" é um filme de beleza única, perfeito em praticamente todos os quesitos. Uma obra sutil, divertida e de sensibilidade surreal, que deve ser apreciada inúmeras vezes devido as várias formas de interpretações.
A primeira impressão é que estamos diante de uma comédia engraçadíssima sobre a Segunda Guerra Mundial, com o desfecho surpreendente, mudamos totalmente de foco após perdermos a inocência sobre o filme e passamos a enxergá-lo como uma grande crítica à humanidade, ao mostrar a fragilidade das máscaras que a história e a demarcação política impõem se fechando em uma questão existencial. Recomendo-o sem reservas a todos.
Duração: 103 minutos
Categorias: Guerra, Drama, Comédia
Classificação: 16 anos
"Trem da Vida" é um filme de beleza única, perfeito em praticamente todos os quesitos. Uma obra sutil, divertida e de sensibilidade surreal, que deve ser apreciada inúmeras vezes devido as várias formas de interpretações.
A primeira impressão é que estamos diante de uma comédia engraçadíssima sobre a Segunda Guerra Mundial, com o desfecho surpreendente, mudamos totalmente de foco após perdermos a inocência sobre o filme e passamos a enxergá-lo como uma grande crítica à humanidade, ao mostrar a fragilidade das máscaras que a história e a demarcação política impõem se fechando em uma questão existencial. Recomendo-o sem reservas a todos.
DIVERTIDO; PUNGENTE; ONÍRICO
Categorias: Guerra, Drama, Comédia
Classificação: 16 anos