domingo, dezembro 15, 2019
Filme: Manchester à Beira-Mar (2016)
O termo melancolia define perfeitamente este drama. A história contada é simples e minimalista, mas o efeito devastador que deixa no espectador é grande. Com uma narrativa lenta, pesada e crua, que aproxima o máximo possível da realidade, "Manchester by the Sea" é um drama profundo sobre perdas e amadurecimento.
"Manchester by the Sea" é um drama escrito e dirigido por Kenneth Lonergan. O lançamento aconteceu em 2016 no Festival Sundance de Cinema. Ganhou o Oscar nas categorias de Melhor Ator e Melhor Roteiro Original, e recebeu indicações na categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator Coadjuvante.
Somos apresentados a Lee Chandler (Casey Affleck), zelador eficiente, porém antipático e antissocial que vive uma rotina chata em um conjunto habitacional de Boston. No entanto, uma notícia muda sua rotina, trata-se do falecimento de seu irmão, Joe (Kyle Chandler). Lee é forçado a retornar à sua cidade natal de Manchester. Ao chegar lá, ele começa a estabelecer uma relação fraternal com o sobrinho adolescente, Patrick (Lucas Hedges), que perdeu o pai.
Além disso, o retorno de Lee à Manchester traz à tona tristes memórias do passado, e ele terá que lidar com uma tragédia que mudou sua vida, para sempre. A conversa com Rudi (Michelle Williams), sua ex-esposa, é uma das sequências mais devastadoras que já assisti, cada palavra, cada gesto, é uma punhalada certeira no sofrido Lee, e nós, meros espectadores, captamos toda sua desolação e sofremos com ele.
Assistir "Manchester à Beira-Mar" foi uma experiência única e dolorosa. É um filme tão triste que passei dias pensando no que vi, refletindo sobre o poder que o passado tem de influenciar nosso presente, futuro também. Por isso é importante perdoar, não apenas os outros, mas a nós mesmos, só assim é possível superar traumas e voltar a sonhar com dias melhores.
Se você já assistiu, sabe que "Manchester à Beira-Mar" não tem grandes cenas de ação, e quem ainda não viu, não espere um suspense intenso, porque é uma obra contemplativa, com longos e pausados diálogos, e silêncios claustrofóbicos. Mesmo sendo melancólico, o filme tem seus momentos divertidos.
"Manchester à Beira-Mar" não é daqueles filmes que causa rios de lágrimas, mas é um filme que toca o espectador por ser realista, deixando a lição que todos nós já conhecemos, mas ninguém gosta de aceitar.
PUNGENTE; MELANCÓLICO
Duração: 137 minutos
Categorias: Drama
Classificação: 14 anos