Sinopse - O filme é dividido em três atos, cada ato se conecta ao outro com uma reviravolta surpreendente. O primeiro ato começa quando a jovem Sook-hee (Kim Tae-ri) é contratada por Count Fujiwara (Ha Jung-woo) para auxiliar no golpe que pretende dar na japonesa Lady Hideko (Kim Min-hee), única herdeira do milionário Kouzuki (Cho Jin-woong). Kouzuki é um coreano excêntrico que usa sua fortuna para alimentar sua obsessão por livros raros. 

Sook-hee se torna a criada de Hideko. Seu trabalho é basicamente preparar a Lady para ler livros aos convidados do tio. Conforme os dias passam, Sook-hee passa a relutar em seguir com o plano por acreditar que Hideko seja muito ingênua, no entanto, uma reviravolta deixa qualquer espectador boquiaberto.

O segundo ato apresenta ao espectador uma série de flashbacks que revela como eram feitas as leituras dos livros. Conforme a trama avança, tomamos consciência do sadismo de alguns personagens (não vou revelar quais para não estragar o prazer de ver o filme). Descobrimos que Hideko não é tão ingênua quanto apresentava ser. 

Depois de ver tantas reviravoltas, provavelmente quem estiver assistindo vai pensar que já desvendou o mistério, mero engano. O último ato é ainda mais impressionante e violento. Conforme Sook-hee e Hideko vão se conhecendo intimamente, Kouzuki revela seus instintos mais sádicos. 

A Criada é um filme impressionante, aliás, qual filme de Park Chan-wook não impressiona, até  Segredos de Sangue (2012) que é considerado sua produção mais fraca tem o poder de deixar o espectador abalado psicologicamente. Verdade seja dita, nenhum filme deste cineasta passa despercebido.

A premissa de A Criada parece simples, mas a maneira como o roteiro é conduzido torna esse filme um dos mais surpreendentes já produzidos. Os enquadramentos são perfeitos, toda a parte técnica é impecável. Os personagens são bem trabalhados, cada um apresenta camadas pesadíssimas que nos faz ter vontade de entrar dentro do filme, ora para salvar, ora para condenar, afinal, suas intenções mudam constantemente. 

A Criada é um filme provocativo em todos os sentidos, o erotismo é bem explícito e pode incomodar algumas pessoas desavisadas, mas nada é gratuito, nem a violência visceral, muito menos as cenas eróticas, tudo tem um porquê. É um carrossel de emoções que brinca com o nosso psicológico o tempo todo.