"The Man Who Knew Infinity" é um filme britânico sobre a vida do matemático indiano Srinivasa Ramanujan. Confesso que desconhecia completamente a história deste gênio que é reverenciado pela ciência e comparado a Mozart e Picasso. Nesse sentido, considero o filme de grande valor, principalmente por colocar diante dos meus olhos a trajetória de vida deste homem que transformou a matemática para sempre.

Lançado em 2015, "The Man Who Knew Infinity" foi dirigido por Matt Brown que também assina o roteiro baseado no livro "The Man Who Knew Infinity: A Life of the Genius Ramanujan", de Robert Kanigel, publicado em 1991.

Na trama, conhecemos o humilde matemático indiano Srinivasa Ramanujan (Dev Patel) que mora na Índia fragilizada e carente por ajuda. Ramanujan é matemático e seu sonho é conseguir publicar alguma de suas teorias que segundo ele podem dar luz à diversos conceitos que muitos diziam impossível.

Contando com ajuda de alguns amigos, o matemático consegue que uma de suas cartas chegue até o Professor de Matemática Pura da Universidade de Cambridge, Godfrey Harold Hardy (Jeremy Irons) que fica impressionado com suas fórmulas e o chama para Universidade.

Na Universidade Ramanujan passa a trabalhar com o professor Hardy e também com o matemático John Edensor Littlewood (Toby Jones), juntos começam a trabalhar em diversas teorias que vão de análise progressões de números primos até teorias que futuramente ajudariam a esclarecer os mistérios dos buracos negros.

"O Homem Que Viu o Infinito" acerta em dosar a parte científica com a vida pessoal do matemático, afinal, gênios não vivem apenas de fórmulas e números, eles tem família e amigos. Isso contribuiu também para que o filme se tornasse mais humano e aproximasse o espectador do matemático. 

A vida deste gênio que revolucionou a matemática não foi nada fácil. Ao longo do filme vamos acompanhando suas origens humildes e a luta para conseguir que seu trabalho fosse divulgado e reconhecido. Além de precisar superar as limitações impostas por sua cultura, Ramanujan também precisou travar uma batalha contra o preconceito da aristocracia britânica da época.

Ramanujan dizia que suas fórmulas matemáticas vinham de sua intuição e seus grandes embates com seu tutor Hardy eram exatamente sobre isso. A constante exigência de provas concretas em detrimento de novas teorias ressaltava ainda mais esse conflito. Havia um contraste muito grande de fé, emoção e lógica na relação entre o gênio e seu tutor, seus diálogos me deixaram tensa em diversos momentos. 

Muito engana-se quem pensa que "O Homem Que Viu o Infinito" é um filme desinteressante. O roteiro não traz nada de extraordinário ao ponto de se tornar uma obra-prima, no entanto, a humanidade presente nos personagens o transforma num filme emocionante. Sem dúvida, Srinivasa Ramanujan merece todas as honras pelo seu brilhantismo e determinação.