"Creio que as pessoas são inocentes até que se prove o contrário."

"Primal Fear" é um excelente filme de tribunal do cineasta Gregory Hoblit. O roteiro muito bem escrito pelos roteiristas Steve Shagan e Ann Biderman foi baseado no best-seller de William Diehl. Lançado em 1996, esse suspense policial é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores filmes da década de 90. O filme recebeu indicação ao Oscar na categoria de Melhor Ator Coadjuvante.

Sempre que assisto algum filme dos anos  90, penso: não fazem mais filmes como antes, e "As Duas Faces de um Crime" nem é tão antigo assim, pois, seu lançamento ocorreu a pouco mais de duas décadas. É raridade encontrar algum filme de tribunal lançado recente {últimos 5 anos} que seja inteligente, envolvente e não seja cansativo, adjetivos certos para descrever este suspense. O enrendo conseguiu me hipnotizar, passei o filme todo procurando pistas para inocentar ou culpar o suspeito, e no final me senti enganada, pois a verdade estava ali bem diante dos meus olhos, mas não consegui enxergar.

Na trama, Aaron Stampler (Edward Norton), um jovem coroinha de 19 anos é o principal suspeito de assassinar o Arcebispo Richard Rushman (Stanley Anderson) com requintes de crueldade, pois, o jovem é encontrado em fuga com as roupas manchadas de sangue.

O advogado Martin Vail (Richard Gere) ouve falar sobre o caso, e decide defendê-lo sem cobrar honorários. A primeira impressão que Martin tem do jovem é de uma pessoa pacífica, incapaz de cometer um crime tão bárbaro.

Ajudado pelo investigador Tommy Goodman (André Braugher), Martin argumenta a possibilidade de uma terceira pessoa na cena do crime, principalmente quando Tommy é agredido por Alex (Jon Seda), coroinha amigo de Aaron. Os dois perseguem o rapaz e acabam descobrindo a existência de um vídeo caseiro produzido sob a orientação do arcebispo Rushman.

Ao mesmo tempo, Martin pede para a Dra. Molly Arrington (Frances McDormand) avaliar o rapaz. Durante uma consulta, a Dra. Molly presencia uma transformação de Aaron, dando a entender que o jovem sofre de múltiplas personalidades. No entanto, tentar provar no tribunal que o acusado sofre de insanidade é algo impossível, pois o julgamento já estava em andamento.

Para tentar reverter a situação e ganhar a causa, Martin envia anonimamente uma cópia da fita de vídeo à promotora Janet Venable (Laura Linney), sua adversária no tribunal e ex-namorada. Deixando a advogada furiosa, mas, sua estratégia da certo, Janet acaba apresentando o vídeo no tribunal.

Enquanto acusação e defesa se enfrentam no tribunal, Aaron sofre uma nova transformação deixando todos assustados, inclusive a juíza Miriam Shoat (Alfre Woodard), que convoca os dois advogados para uma reunião em sua sala. Mas as surpresas não param por aí, eis que surge uma reviravolta surpreendente, e atordoante...

Ao pesquisar sobre o filme, descobri que foi a primeira atuação do ator Edward Norton, que o mesmo substituiu o ator Leonardo DiCaprio que era o escalado para o papel do coroinha. Conheço e admiro bastante o talento de Norton, mesmo assim fiquei impressionada com a veracidade que o ator dá ao seu personagem, uma atuação que merecia o Oscar daquele ano. Richard Gere também está ótimo como o advogado Martin, é interessante ver a maneira como ele constrói a relação com seu cliente.

"As Duas Faces de um Crime" entrou para minha listinha dos melhores filmes que já assisti. Um filme que instiga o espectador a refletir sobre até que ponto devemos acreditar numa história e se realmente a primeira impressão é a que fica.

Duração: 129 minutos

Categorias: Policial, Mistério, Suspense, Drama, 

Classificação: 14 anos

Minha Nota: 10,0
Classifico como: Tenso, Inquietante,