E hoje escrevo sobre um dos melhores filmes que já assisti na vida. "Bronenosets Potyomkin" é sem dúvida o clássico absoluto de guerra da era silenciosa e um dos maiores filmes de todos os tempos.

Chocante, principalmente, porque é a representação de um dos mais trágicos episódios ocorrido em 1905. Impossível não se arrepiar ao assistir essa superprodução lá de 1925, dirigida pelo russo Sergei M. Eisenstein, o maior cineasta da extinta União Soviética e um revolucionário do cinema mundial devido as técnicas de montagem.

A qualidade deste filme é impressionante, é uma obra atemporal que mesmo passados 90 anos de lançamento, ainda continua atual, cativando e impactando os espectadores com cenas hiperrealistas, tensas e brutais. Uma situação aparentemente simples foi o estopim de uma tragédia. Um prato de sopa custou a vida de muitos inocentes.

O filme é dividido em cinco partes que se ocupam em provocar uma situação tal de espaço-tempo. O diretor Eisenstein não mostra, ele sugere, não precisamos de falas, as imagens falam por si só.

A trama se passa em 1905, na Rússia czarista aconteceu um levante que pressagiou a Revolução de 1917.

Tudo começou no navio de guerra chamado Potemkin, quando os marinheiros do navio de guerra Potemkin se revoltam com os maus tratos recebidos durante uma viagem, onde tinham que comer carne estragada e dormir apertados em redes.

Alguns marinheiros se recusam a comer a carne que estava infestada de larvas, então os oficiais do navio ordenam a execução deles. A tensão aumenta e, gradativamente, a situação sai cada vez mais do controle.

Logo depois dos gatilhos serem apertados, Vakulinchuk (Aleksandr Antonov), um marinheiro, grita para os soldados e pede para eles pensarem e decidirem se estão com os oficiais ou com os marinheiros.

Os soldados hesitam e então abaixam suas armas. Louco de ódio, um oficial tenta agarrar um dos rifles e provoca uma revolta no navio, na qual o marinheiro acaba morto.

Mas isto seria apenas o início de uma grande tragédia. O fato ficou famoso na cidade de Odessa, o que inspirou as pessoas a marcharem para o porto pra recepcionar os heróis, porém uma trágica decisão do governo resultou num verdadeiro massacre e impediu a grande festa.

A lendária sequência da escadaria de Odessa é impactante, começando pela câmera lenta do diretor que em certo momento acompanha as pessoas, realçando o desespero de homens, mulheres e crianças caídos no chão, sendo pisoteados e buscando fugir dos tiros dos oficiais.

Quando as autoridades começam a atirar, num massacre repugnante que não poupa mulheres, crianças, idosos, é difícil conter a revolta, o que motiva a reação dos marinheiros do Potemkin contra as autoridades logo em seguida.

O cineasta constrói a cena com cuidado, alternando entre os planos numa dinâmica incrível e, com muita sensibilidade, emociona todos os espectadores com as imagens cruéis, como de uma mãe morrendo com seu filho no colo e de um carrinho de bebê descendo as escadarias debaixo de tiros.

Como já citei acima, as imagem dizem tudo. "O Encouraçado Potemkin" é um filme genial, a direção foi feita com maestria e a trilha sonora deixa a obra ainda mais marcante. O filme faz parte do domínio público e está disponível no VK. Assisti, gostei e recomendo, mas aviso, não é um filme fácil de assistir e após assisti-lo, dificilmente você esquecerá de algumas cenas.

Mais detalhes do filme na página do IMDb

Duração: 75 minutos
Gênero: Guerra, Histórico, Drama, Clássico, Domínio Público

Classificação: 14 anos

Minha Nota: 10,0