"Eraserhead" possui poucos diálogos, mas é recheado de cenas bizarras e perturbadoras, muitas sem nenhum sentido. O surrealismo ainda causa em mim, uma certa estranheza e desconforto, mas ao mesmo tempo me fascina. Volta e meia estou assistindo algum filme que foi banido do cinema e proibido em dezenas de países, e este filme faz parte dessa safra de filmes estranhos, inteligentes, delirantes e interessantes. Contudo, o que me encanta em filmes como este, é que as interpretações divergem, pois posso tirar diversas conclusões.

A direção foi de David Lynch, mesmo diretor de outros filmes estranhos e fascinantes como "Veludo Azul", "Cidade dos Sonhos", entre tantos outros filmes. O seu lançamento aconteceu em 1977. 

Esse Clássico Cult é considerado "culturalmente, historicamente e esteticamente significativo" pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos.

A trama gira em torno de Henry Spencer (Jack Nance), um impressor que está de férias. Ele mora num pequeno apartamento. Certo dia Henry vê "O Homem do Planeta" que mora no prédio ao lado, e enquanto ele observa o homem, começa a emergir um ser estranho de sua boca, semelhante a um flagelo, esse ser desaparece rapidamente.

No outro dia, quando Henry volta do supermercado, a vizinha avisa que uma moça havia ligado. Era Mary X (Charlotte Stewart) o convidando para ir jantar na casa dela. A família de Mary convida o rapaz para comer um frango que fica se debatendo enquanto é consumido.

O pais de Mary fala sem parar e a mãe dela escova compulsivamente os cabelos da filha. Após o jantar, a mãe de Mary chama Henry para uma conversa particular e tenta beijá-lo, em seguida ela revela que Mary teve um filho dele, e que ele deveria se casar com a moça o mais rápido possível.

O casal vai morar no apartamento com o bebê. Esse bebê nasceu com apenas quatro semanas de gestação e é todo deformado, não possui músculos, nem pele e seus órgãos internos são mantidos juntos por uma atadura.

O bebê não come, não dorme e choraminga dia e noite, os gemidos daquele ser é agoniante e perturbador.

No apartamento existe muitos barulhos estranhos, vidros quebrados, uma planta sem vaso ao lado da cama. Mary não consegue dormir com os gemidos do bebê e vai passar a noite na casa dos pais, deixando o bebê aos cuidados de Henry. Logo ele percebe que o bebê está cheio de bolhas e com falta de ar.

O bebê não para de gemer, deixando Henry indignado. Pouco tempo depois, o rapaz vai investigar o barulho estranho do radiador e encontra uma bailarina, com as bochechas deformadas. Ela dança num palco, enquanto fetos caem do seu lado.

Na cena seguinte, a cabeça de Henry se desprende do corpo e aparecendo um bebê deformado no lugar. Um garoto encontra a cabeça e leva para uma fábrica de lápis grafite, eles utilizam o cérebro de Henry para fabricar a borrachinha que fica na ponta do lápis.

Mas isso era apenas um sonho, logo que Henry acorda, ele vai procurar a vizinha, mas encontra a moça com outro homem. Ele fica tomado pela fúria e resolve cortar as ataduras do bebê.

Henry corta um órgão interno do bebê com a tesoura, mas começa a surgir uma substância espumosa que cobre todo o serzinho, porém, o pescoço do bebê começa a crescer sem parar, se transformando em um planeta que se racha ao meio.

Henry observa o planeta e encontra "O Homem do Planeta" dentro, ocorre uma explosão. E a mulher das bochechas deformadas aparece, abraça o rapaz e desaparecem em uma luz branca.

"Eraserhead" é um filme diferente de tudo que já havia assistido, e não me atrevo a fazer nenhum julgamento, só sei que causa agonia. A sensação é de estar dentro do pior pesadelo.

Interpretar este filme é algo impossível, é uma obra de arte pura e por isso nem todas as pessoas estão aptas para vê-lo.

Mais detalhes do filme na página do IMDb

Duração: 109 minutos
Gênero: Fantasia, Terror, Surrealismo, Cult

Classificação: 16 anos

Minha Nota: 10,0