sexta-feira, novembro 22, 2013
Filme: "...E O Vento Levou (1939)"
"Por pior que seja à noite, amanhã é outro dia..."
"Gone With The Wind" é o maior clássico de todos os tempos, baseado na obra literária de Margaret Mitchell, um livro com inacreditáveis 1037 páginas. Adaptá-lo para o cinema não foi fácil, mesmo assim o filme possui exatos 238 minutos, mas para os amantes do filmes clássicos, esses minutos voam. Lançado em 1939, foi dirigido por quatro cineastas diferentes, mas quem ficou com os créditos foi o diretor Victor Fleming, grande cineasta da época que possui um currículo fabuloso.
É o segundo filme com maior indicação ao Oscar da história, com 13 indicações só perde para o filme "A Malvada". As indicações foram de Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante (1), Melhor Mixagem de Som, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Trilha Sonora. Venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante (2), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia e Melhor Direção de Arte, totalizando 10 estatuetas do Oscar.
O filme narra a história de Scarlett O'Hara (Vivien Leigh), filha de Gerald O'Hara (Thomas Mitchell), um poderoso fazendeiro. Scarlett O'Hara era a menina mimada e adorada por praticamente todos os homens de sua comunidade, só não conseguia o amor da pessoa que realmente a interessava.
Apesar de muito mimada, Scarlett é dona de uma personalidade forte e vive uma paixão secreta e obsessiva pelo vizinho Ashley Wilkes (Leslie Howard) que está comprometido com sua prima Melanie Hamilton (Olivia de Haviland). Ao saber que seu amado iria se casar, Scarlett parte para tentar conquistá-lo, sem sucesso.
A geniosa Scarlett fica profundamente frustada ao descobrir que não terá nenhuma chance com o seu amado e toma inúmeras decisões impulsivas.
Ela recebe um convite para morar junto com Ashley e sua esposa em Atlanta, então ela deixa Tara, sua terra natal, para viver uma odisseia cheia de dificuldades, em um período nebuloso que os Estados Unidos enfrentava.
Contudo, ela acaba conhecendo Rhett Butler (Clark Gable). Ele se encanta pela bela jovem, mas Scarlett só tem olhos para o vizinho. Entre encontros e desencontros, Scarlett se casa com Charles Hamilton (Rand Braoks), irmão de Melanie, somente para fazer ciúmes a Ashley, já que ela não sentia nem amor e nem atração pelo marido.
Mas Scarlett não imaginava o que estava reservado para ela, seu destino havia lhe preparado dias terrivelmente amargos. Em meio a tanta dor e tristeza, Scarlett faz um importante descoberta, algo que fará com que o desfecho dessa história seja comovente, surpreendente e marcante.
O filme é dividido em duas etapas, a primeira se concentra basicamente na decadência de Tara e da família O’Hara e a segunda se aprofunda na relação entre Scarlett e Butler e no estudo da personalidade de Scarlett O’Hara.
Resumir este clássico é uma tarefa muito difícil, quem conhece o filme sabe da grandeza dessa obra, só assistindo para captar toda a sua profundidade. O roteiro de Sidney Howard apresenta diálogos inteligentes e instigantes, principalmente de Scarlett, egoísta e independente ao mesmo tempo, e Butler, sempre irônico, mas extremamente romântico.
Scarlett não é um exemplo de mulher a ser seguido. Ela é egoísta, mimada, ambiciosa além do limite, deseja o marido da melhor amiga e faz qualquer negócio, inclusive casar três vezes sem amor, para atingir seus objetivos. Mesmo assim torci por ela durante filme todo, seu carisma supera seus defeitos.
O filme enfrentou inúmeras dificuldades para sua produção, no entanto se tornou uma verdadeira obra-prima da sétima arte. A cenas da fuga em meio as chamas foi criada a partir de um incêndio real dos estúdios onde foram filmadas cenas de "King Kong", e que por isso, consegue obter tamanho realismo que deixa o espectador impressionado.
A trilha sonora, que permanece ativa durante toda a projeção, além de bela, tem papel fundamental na trama marcando momentos importantes da história. Está entre as minhas preferidas em termos de músicas de filmes.
A direção de fotografia de Ernest Haller e Ray Rennahan acertadamente destaca em diversos momentos o vermelho, cor da paixão, tão presente na vida dos personagens.
"... E O Vento Levou" é um filme que eu tenho imenso prazer em recomendar. Com planos belíssimos, cenas memoráveis, personagens inesquecíveis e trilha sonora marcante, este romance épico de guerra é um dos melhores filmes já produzidos. Contou com todo o glamour daquela época e resistiu ao tempo, se tornando um filme indispensável a todos os apreciadores do cinema.
"Existia uma terra de cavalheiros e campos de algodão chamada "O Velho Sul". Neste mundo bonito, galanteria era a última palavra. Foi o último lugar que se viu cavalheiros e damas refinadas, senhores e escravos. Procure-a apenas nos livros, pois hoje não é mais que um sonho. Uma civilização que o vento levou!"
Confira mais detalhes do filme na página do IMDb
Duração: 238 minutos
Gênero: Romance, Guerra, Drama, Clássico, Domínio Público
Classificação: Livre
Minha Nota: 10,0